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Produção e vendas da indústria química sobem em agosto ante julho, diz Abiquim

Fabiana Holtz

São Paulo

27/09/2019 13h33

O índice de produção de químicos de uso industrial registrou forte alta de 5,96% em agosto ante o mês anterior, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Em relação ao mesmo período do ano anterior, porém, foi apurada queda de 9,21%, marcando o quinto recuo consecutivo na comparação mês a mês.

Já o índice de vendas internas cresceu 1,03% em agosto ante julho. Em relação ao reportado um ano antes, porém, as vendas recuaram 10,85%. Segundo a entidade, a queda indica o terceiro resultado consecutivo negativo nessa base de comparação. A demanda interna, medida pelo CAN (consumo aparente nacional), que considera a produção mais importações menos as exportações, cresceu 7,4% em agosto ante julho, mas ficou 8% abaixo do resultado de igual mês do ano passado, sexto recuo consecutivo.

Em agosto, o nível de utilização da capacidade instalada alcançou 70%, registrando melhora em relação ao mês anterior, quando atingiu 65%, mas ficou 11 pontos abaixo do nível de operação de agosto do ano passado.

No acumulado do ano até agosto a retração foi ainda mais expressiva, com o índice de produção recuando 4,32% ante igual período do ano anterior, as vendas internas caindo 1,96%, enquanto o CAN indicou retração de 6,4%.

A taxa de utilização da capacidade instalada ficou em 70%, sete pontos abaixo da registrada em igual período do ano passado, mantendo a ociosidade recorde de 30%, nível considerado inadequado para os padrões de produção em regime de processo contínuo do setor químico.

Em nota, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Abiquim, observa que, "ainda que as expectativas e perspectivas sejam positivas, a melhora é tímida e insuficiente para reverter os acumulados negativos dos meses anteriores".

De acordo com Fátima, no curto prazo ainda pesam as incertezas em relação à como a economia nacional e a indústria química irão reagir à desvalorização do real, frente ao dólar, à volatilidade do petróleo, por conta das incertezas na Arábia Saudita e eventuais reações, somado ao ambiente conturbado entre Estados Unidos e China.

Além disso, observa a entidade em nota, a economia nacional ainda não deu sinais de recuperação, frustrando as expectativas de muitos setores que têm forte correlação com o PIB.