FGV: alta recente do dólar pode pressionar atacado nas próximas leituras do IGP
O dólar teve uma alta de 4,4% apenas nos dez primeiros dias de novembro, período captado pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10). O IGP-10 subiu 0,19% em novembro, após ter aumentado 0,77% em outubro.
"O câmbio não só puxaria o minério de ferro, mas também as commodities agrícolas, como soja e milho", ressaltou Braz.
Por ora, ainda não houve impacto nos preços ao produtor. A inflação no atacado medida pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) teve alta de 0,25% em novembro. Se a desvalorização do real se sustentar, porém, o IPA-10 pode encerrar o mês mais perto de 0,50%, previu o pesquisador.
"Pode chegar ao IPA, mas não acho que chegue em forma de choque. Pode influenciar os preços paulatinamente. Se o câmbio continuar nesse patamar, isso pode motivar a Petrobras a reajustar a gasolina e o diesel, o que seria mais uma pressão no IPA", disse Braz.
No IPA-10 de novembro, houve pressão de avanços no milho, soja, bovinos, carnes e óleos combustíveis. Por outro lado, a queda de 9,47% no preço de minério de ferro impediu uma inflação maior.
No varejo, a inflação ao consumidor medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) teve alta de 0,03% em novembro, após uma redução de 0,06% em outubro. Nas próximas leituras, o avanço deve ser maior, devido aos aumentos sazonais nos custos de alimentos in natura, além de carne bovina, tarifa de energia elétrica e loterias.
"Isso tudo vai promover uma aceleração não trivial no IPC, que deve se aproximar de 0,50% no fechamento do mês de novembro", previu André Braz.
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