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Desafio importante do Brasil é aumentar a produtividade, diz secretário

Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro

Brasília

26/11/2019 17h01

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, avaliou nesta terça-feira, 26, que o problema das contas públicas brasileiras não é o teto de gastos, mas sim a despesa obrigatória. Ele defendeu medida para o aumento de produtividade para que o País não volte a ter períodos curtos de crescimento econômico, chamados "voos de galinha".

"O desafio urgente do Brasil em janeiro de 2019 era o equilíbrio fiscal. Outro desafio importante do Brasil é aumentar a produtividade. Um trabalhador brasileiro hoje é menos produtivo que o trabalhador de dez anos atrás", completou, no debate. "Desafios para 2020, o Brasil que nos aguarda", organizado pelo jornal Correio Braziliense.

O secretário destacou o maior ritmo de crescimento da economia no fim de 2019 e creditou o movimento à credibilidade que a equipe econômica teria conquistado ao longo do ano. "Mantivemos a meta fiscal e teto de gastos, por isso PIB voltou a crescer", argumentou.

Sachsida anunciou ainda que o Saque Aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) já tem 1 milhão de adesões.

A partir de 2020, quem optar por essa modalidade poderá sacar um porcentual do fundo todos os anos, mas não poderá mais sacar a integralidade dos recursos em caso de demissão sem justa causa. "A MP do saque do FGTS saiu melhor do Congresso", concluiu.

Ritmo de crescimento e ajuste

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia avaliou que o atual ritmo de crescimento da economia brasileira também é fruto da escolha da equipe econômica pela adoção de medidas estruturais e não apenas conjunturais. "Foi feita a escolha por um ajuste que levasse ao crescimento sustentável de longo prazo. O próprio ministro Guedes disse que não queria voos de galinha. Estamos fazendo ajustes estruturais e esse é um processo lento", afirmou.

Para Sachsida, essa estratégia tem se mostrado correta, mesmo diante de uma expansão do PIB de apenas cerca de 1% em 2019. "Para 2020, haverá uma surpresa positiva. Se pararmos de trabalhar, o PIB crescerá 2% no próximo ano. Mas é isso que queremos? A sociedade está na esquina e tem que decidir: vai cruzar a rua até lugar melhor?", completou.

Por isso, o secretário defendeu ainda a continuidade das reformas econômicas, para que a taxa de crescimento do PIB possa ser maior. "Em uma única palavra para 2020: fé", concluiu.