Azul pretende investir R$ 6 bi por ano no Brasil nos próximos 3 anos
Com cerca de 28 milhões de clientes transportados ao fim deste ano, o objetivo da Azul é ultrapassar a marca de 30 milhões de clientes transportados em 2020. "Temos 31 novas aeronaves chegando. Vamos receber duas por mês pelo menos. Cada aeronave tem mais assento e vai permitir a Azul voar mais horas por dia. Com mais assento, teremos muito mais oferta no Brasil, que precisa porque foram muitos anos sem muita oferta", avaliou Rodgerson, em conversa com a imprensa, na tarde desta terça-feira, 10.
A Azul deve alcançar, de acordo com o executivo, quase mil voos por dia em dezembro. Ele lembrou, que no auge, a Varig tinha 250 voos diários. Com mais voos, a empresa, conforme Rodgerson, seguirá contratando mais no próximo ano. Em 2019, foram 2 mil novas pessoas, sendo 800 ex-funcionários da Avianca, em recuperação judicial.
Durante encontro de fim de ano com jornalistas, o presidente da Azul lamentou o fato de a companhia não ter conseguido comprar a concorrente Avianca, que deixou de operar no Brasil.
"Temos uma grande tristeza em relação à Avianca. Depois se não termos conseguido comprá-la, contratamos 800 dos funcionários da Avianca, que perderam emprego e não eram culpa delas, e entramos na ponte aérea", relembrou o CEO da Azul.
Segundo ele, o foco da Azul é doméstico. "Há muitos brasileiros que já foram para Miami e não conhecem Foz do Iguaçu. É uma vergonha. Queremos mudar isso. Nosso foco é doméstico. É o Brasil", ressaltou Rodgerson, acrescentando que a companhia que aproveitar o atual momento do Brasil. "Queremos ajudar o Brasil a decolar", acrescentou.
Ele destacou ainda que a Azul deve investir mais de R$ 120 milhões em seu novo hangar, que será o maior da América Latina e contará com 800 pessoas trabalhando no local. A expectativa, conforme o CEO da companhia, é de que o novo espaço fique pronto no primeiro trimestre de 2020.
Sobre a oferta de Wi-Fi nos voos da Azul, Rodgerson disse que a Azul vai testar o serviço na quarta-feira em um voo comercial. A partir do ano que vem, segundo ele, as aeronaves já saíram de fábrica com o serviço de Wi-Fi a bordo. Os executivos da Azul não revelaram, contudo, o preço que será cobrado aos clientes pelo uso do serviço de internet móvel.
TAP
A Azul espera iniciar a joint venture com a portuguesa TAP em cerca de seis meses, de acordo com o vice-presidente de receitas da Azul, Abhi Shah.
O tema foi aprovado na segunda-feira, 9, pelo Conselho de Administração da companhia, conforme ele, e agora será iniciado o trabalho junto aos órgãos reguladores para tirar do papel a parceria que visa a operar entre Brasil e Europa.
"Agora começa o trabalho junto aos órgãos reguladores, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), para conseguirmos todas as aprovações para a joint venture. Esperamos que em cerca de seis meses possamos começar a implementar a joint venture", explicou Shah, também no encontro de fim de ano com a imprensa.
De acordo com ele, com o início da operação da joint venture com a TAP, o objetivo da Azul é permitir que seus clientes, sejam voando por Azul ou a parceira portuguesa, não sintam qualquer diferença. "Nosso foco é aumentar parcerias e dar mais conectividade aos nossos clientes no Brasil e fora daqui", ressaltou o vice-presidente de receitas da Azul, citando ainda a joint venture que a companhia aérea possui com a United.
A Azul anunciou a joint venture com a TAP no mês passado. A relação, contudo, não vem de hoje. Recentemente, ambas estreitaram mais a relação. Em março, a empresa brasileira e seu fundador, o empresário David Neeleman, reforçaram o capital da TAP ao adquirirem os 20% de participação que o conglomerado chinês HNA detinha na Atlantic Gateway (dona de 45% da TAP). No passado, a Azul adquiriu bonds (dívidas) conversíveis da empresa. Somando esses dois investimentos, a brasileira detém 47,3% dos direitos econômicos da TAP.
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