Bolsonaro diz que "todas as cartas estão na mesa", mas que CPMF está "demonizada"
Questionado sobre uma nova cobrança nos moldes da extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), repetiu hoje que "todas as cartas estão na mesa", mas afirmou que o "imposto está demonizado".
O ministro da Economia, Paulo Guedes, no entanto, descartou ontem a volta dessa cobrança. Guedes afirmou que avalia taxar transações digitais, o que pode incluir transferências e pagamentos feitos por meio de aplicativos de bancos, por exemplo, mas não deu explicações sobre como a cobrança seria feita.
"A CPMF, todas as cartas estão na mesa, mas é um imposto que está demonizado", disse Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada.
Na segunda-feira (16), Bolsonaro chegou a afirmar que "todas as alternativas" estavam sobre a mesa, quando questionado em relação ao imposto sobre transações financeiras. Neste dia, o presidente disse que o governo só aceitaria criar um imposto se outro tributo for extinto. Também afirmou que tem usado o termo "simplificação de impostos" em vez de reforma tributária em conversas com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em setembro, a defesa de um imposto aos moldes da CPMF levou à queda do economista Marcos Cintra do cargo de secretário especial da Receita Federal.
Ele defendia publicamente a criação do imposto sobre pagamentos como forma de substituir ou ao menos reduzir outros impostos, principalmente sobre a folha de salários das empresas. A ideia era um dos pilares da reforma tributária planejada pela equipe econômica. Após a divulgação dos detalhes da proposta e a reação no Congresso, Cintra foi exonerado.
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