Guarulhos será modelo, diz prefeito sobre taxa ambiental a aéreas
Segundo os dados do Anuário do Transporte Aéreo da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o País teve 119 aeroportos com mais de 52 voos domésticos regulares por ano em 2018. Somente São Paulo tem 10, segundo maior número, atrás apenas de Minas Gerais - com 21.
De acordo com Costa, que é vice-presidente de assuntos aeroportuários da Federação Nacional de Prefeitos, o município se pautou em experiências semelhantes e convidou especialistas da França para desenhar o projeto. "Temos diversos exemplos no mundo que podem se comparados, como Paris, Patagônia e Lisboa", afirmou, e emendou: "Em Ilhabela, a balsa tem uma taxa ambiental que todo veículo que utiliza tem de pagar".
No início de dezembro, a prefeitura de Guarulhos enviou à Câmara de Vereadores, em regime de urgência, um projeto (3.823/2019) que institui no município a Taxa de Preservação Ambiental (TPA) por problemas ambientais e transtornos oriundos da operação no GRU. O valor da TPA é 3 UFGs (Unidades Fiscais de Guarulhos), o equivalente a R$ 9,95 para cada tonelada de peso total da aeronave, aferido em momento anterior à decolagem.
A estimativa é arrecadar entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões por ano, a serem usados em projetos como reflorestamento da cidade. O prefeito explicou que o projeto não prevê nenhum tipo de taxa por passageiro, mas que, como o mercado é livre, as aéreas teriam o direito de repassar tal custo. Em média, um avião com 200 passageiros, que tem peso aproximado de 70 toneladas, deve pagar cerca de R$ 700 reais de TPA.
Questionado se a medida seria um desestimulo às aéreas no Brasil, que já reclamam de elevadas taxas de operação e tributos para combustíveis, Costa rebateu: "Não acredito ser um desestímulo por se tratar de um valor muito pequeno se comparado a uma passagem. Não acredito que seja um fator decisivo", afirmou.
Sinal verde
O presidente da Câmara de Vereadores de Guarulhos, Professor Jesus (ex-DEM, hoje sem partido), disse ter recebido o projeto com bons olhos e afirmou que o texto deve ser aprovado pela Casa. O vereador destacou que o aeroporto traz diversos benefícios, mas que com ele vem também muitas consequências negativas. "As pessoas estão com problemas de saúde, respiratórios, sem contar a poluição sonora. Não é um valor exorbitante e vai ajudar", disse.
A Casa entrou em recesso no dia 15. Os vereadores devem se debruçar sobre o tema já no início de fevereiro. "Esse projeto deve entrar em votação na ultima semana de fevereiro ou primeira quinzena de março, no máximo". Se aprovada, a taxa entrará em vigor após 90 dias.
Críticas
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) criticou, em nota, o projeto. "A análise da Iata mostra que a imposição de impostos punitivos aos passageiros é ineficiente e não ajuda a reduzir as emissões de carbono e outros impactos ambientais causados pela aviação", apontou a associação, que representa mais de 290 empresas aéreas que abrangem 82% do tráfego aéreo global.
De acordo com o vice-presidente regional da Iata para as Américas, Peter Cerdá, tal cobrança deve tornar as passagens mais caras e fará muito pouco para reduzir o impacto ambiental. "Esta solução é puramente política e não leva em conta seu impacto negativo na economia nem as restrições de mobilidade impostas às pessoas com renda mais baixa".
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