Sindicato acusa Embraer de demissões após negócio com Boeing; empresa nega
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos afirmou que 300 trabalhadores da Embraer já foram demitidos somente neste mês. "Especialmente da aviação executiva — área que continuará com a Embraer após a venda da empresa para a Boeing", apontou o sindicato, em nota, publicada nesta quinta-feira. O grupo organizou na manhã de hoje um protesto na entrada do primeiro turno da fábrica para se posicionar contra as demissões que estariam acontecendo na fábrica. A empresa, entretanto, nega um processo de demissão em massa.
"Os trabalhadores não merecem esse pacote de demissões no Natal. A manifestação foi, principalmente, para mostrar a insatisfação dos trabalhadores e expor a falta de compromisso da Embraer e Boeing com a sociedade. Exigimos que o poder público se manifeste contra a entrega da Embraer, que representará para o país a perda de tecnologia, soberania e empregos", afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros.
A Embraer, por sua vez, afirmou em nota que a força de trabalho permanece estável e o índice de rotatividade de pessoal está dentro dos níveis históricos. A empresa, entretanto, não deu detalhes sobre quantos funcionários foram desligados.
"Ao longo deste ano, em preparação para a formação da nova companhia em parceria com a Boeing, foram contratadas 2 mil pessoas. Somente na unidade de Eugênio de Melo, em São José dos Campos, que vai expandir sua capacidade de 1,5 mil para até 4 mil funcionários, a obra gerou temporariamente 600 empregos e representou investimentos de cerca de US$ 30 milhões", diz a Embraer, em nota.
"Os funcionários da linha de montagem da Aviação Executiva foram avisados desde agosto da transferência para Gavião Peixoto e a maioria deles concordou com a mudança ou com a transferência para outras áreas em São José dos Campos - Unidade Eugênio de Melo. Quem não for transferido, irá receber benefícios adicionais para apoiar a transição", acrescentou a empresa.
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