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Alta do PIB de 2020 passa de 1,99% para 1,68%, aponta Focus

Eduardo Rodrigues

Brasília

16/03/2020 09h23

Com o avanço da pandemia de coronavírus e as incertezas sobre o seu impacto na atividade global, a expectativa de crescimento da economia em 2020 voltou a cair, de 1,99% para 1,68%, conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 16, pelo Banco Central (BC). Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 2,23%.

No início de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o crescimento do PIB em 2019 ficou em 1,10%.

Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB), de 2,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

Em fevereiro, o BC informou que seu Índice de Atividade (IBC-Br) teve baixa de 0,27% em dezembro ante novembro, na série com ajustes sazonais. Em relação a dezembro de 2018, houve alta de 1,28%.

Em dezembro, o BC atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2020, de alta de 1,80% para elevação de 2,20%. Na semana passada, o Ministério da Economia já revisou a estimativa da equipe econômica de alta de 2,40% para 2,10% neste ano.

No Focus agora divulgado, a projeção para o crescimento da produção industrial de 2020 passou de 2,00% para 1,63%. Há um mês, estava em 2,33%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial permaneceu em 2,50%, igual a quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 foi de 56,60% para 56,50%. Há um mês, estava em 56,89%. Para 2021, a expectativa foi de 57,45% para 57,80%, ante 58,00% de um mês atrás.

Resultado primário

Com a equipe econômica já admitindo uma mudança na meta de déficit fiscal para este ano, o Focus trouxe revisão na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano passou de 1,10% para 1,15%. No caso de 2021, foi de 0,51% para 0,56%. Há um mês, os porcentuais estavam em 1,10% e 0,50%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 seguiu em 5,50%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, passou de 4,83% para 4,97%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 5,60% e 5,30%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020, de superávit comercial de US$ 36,40 bilhões para US$ 36,10 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 35,42 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit permaneceu em US$ 34,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 35,00 bilhões.

Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2020 ficará em US$ 32,0 bilhões. Esta projeção foi atualizada no RTI divulgado em dezembro.

No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 58,65 bilhões para US$ 59,00 bilhões, ante US$ 54,20 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo passou de US$ 60,15 bilhões para US$ 60,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 58,57 bilhões. O BC projeta déficit em conta de US$ 57,7 bilhões em 2020.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 continuou em US$ 80,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 80,20 bilhões. Para 2021, a expectativa passou de US$ 84,50 bilhões para US$ 83,75 bilhões, ante US$ 84,75 bilhões de um mês antes. O BC projeta IDP de US$ 80,0 bilhões em 2020.