Meirelles critica Bolsonaro, estima queda de 3% para PIB e vê diferenças com 2008
Ao comentar o pronunciamento feito por Bolsonaro, Meirelles disse que, "como todos os brasileiros de responsabilidade e senso crítico", recebeu mal o discurso do presidente. "Compete ao presidente liderar o País na direção certa, enfrentar a crise de saúde primeiro, preservar vidas e, depois, trabalhar na recuperação da economia", disse o secretário, que foi candidato à Presidência da República em 2018, ano da vitória de Bolsonaro.
Meirelles, que também foi ministro da Fazenda no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), considerou positivo que muitas autoridades do País tenham reagido ao pronunciamento do presidente, "com muita firmeza e mantendo o direcionamento de proteção da população".
O secretário evitou fazer críticas às medidas econômicas do governo. Afirmou que as apoia e que, quando tem alguma sugestão, encaminha ao Ministério da Economia. "Pregando o confronto já basta o presidente Jair Bolsonaro, que já é muito. O restante da sociedade tem de ser unido e com o pé no chão", afirmou.
Cenários
Meirelles afirma que trabalha com um cenário no qual o PIB brasileiro passa por uma retração de 10% no segundo trimestre. Com o início de recuperação de julho, a economia deve terminar o ano, portanto, com recuo de 3%, ele estima.
Segundo ele, se as projeções dos infectologistas estiverem corretas, de a pandemia atingir o pico em 60 dias e começar a cair em mais 60 dias, a economia poderá se recuperar rapidamente. "Mas a rapidez vai depender dos efeitos que a pandemia tiver na população", ponderou.
O secretário, que elogiou o trabalho do BC em adotar medidas que deem liquidez ao sistema financeiro, disse que a diferença da crise atual para a crise de 2008, quando ele era presidente do BC, é que, à época, sabia-se "totalmente" as causas do problema, ligadas ao sistema financeiro, e a duração projetada, para poder tomar as medidas. "Agora é diferente, não se trata de uma crise com causas econômicas ou financeiras. Para projetar a saída da crise, é preciso saber a duração", comentou Meirelles, em referência às incertezas que existem quanto à extensão da pandemia.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.