Economia mundial vai ter recessão em 2020 e contrair 2,1%, diz Moody'S Analytics
O economista-chefe da Moody's Analytics, Mark Zandi, reforçou que as previsões vêm sendo revistas para baixo em velocidade impressionante e as chances ainda são de piora nos números, dependendo do avanço da pandemia de coronavírus. No caso dos Estados Unidos, a perda acumulada no PIB desde o início da crise já é de 3%, com vários locais, como Nova York e Pensilvânia, paralisados. "Vamos ver perda substancial de emprego", disse ele.
Por enquanto, a maior parte do estrago causado pela pandemia nos EUA e na economia mundial é do lado da oferta, disse Zandi, ressaltando que a crise afetou cadeias internacionais de produção e serviços. Mas está vindo piora também pelo lado da demanda, na medida em que o desemprego já está em forte alta, fazendo com que as pessoas tenha perda importante de renda e posterguem gastos. Na quinta, 26, os pedidos semanais de auxílio-desemprego dos EUA dispararam para 3,2 milhões, recorde histórico.
Zandi disse que as hipóteses da Mooody's levam em conta que a maioria do impacto negativo da pandemia ocorra de agora, passe pelo mês de abril e continue em maio, mas comece a se dissipar. Com isso, o segundo semestre pode ser de recuperação. Assim, o PIB americano deve ter contração de 18,2% no segundo trimestre e depois crescer 11,1% no terceiro e 2,4% no quarto, em valores anualizados.
Há "incertezas conhecidas" que dificultam prever melhor o cenário, ressaltou o economista. Entre elas, até quando os novos casos vão continuar a crescer; quando as quarentenas vão acabar por completo; a eficácia dos estímulos dos governos; o tamanho do impacto nos índices de confiança dos agentes.
Sobre a China, a previsão da Moody's Analytics é que o PIB tenha contração de 29% neste primeiro trimestre, pois o país foi afetado primeiro e depois se recupere 14,9% no segundo período, 27,7% no terceiro e 13% no quarto.
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