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Eletrobras registra aumento de 24,5% nos custos operacionais totais recorrentes

Ana Luiza de Carvalho

São Paulo

28/03/2020 17h42

A Eletrobras registrou aumento de custos operacionais totais recorrentes de 24,5% no acumulado de 2019 em comparação com o ano anterior. No caso dos custos operacionais totais, a maior variação ocorrida foi do custo do combustível para produção de energia elétrica, que aumentou 77,8% entre 2018 e o ano passado.

A energia comprada para revenda também teve alta, de 38,7%. De acordo com a companhia, no caso da controladora Amazonas GT o aumento ocorreu devido à incorporação dos contratos de compra de produtores independentes em 2019, o que não ocorreu no ano anterior. Em 2018, foi constituído leasing sem registro de compra da energia. Já no caso de Furnas, que representou aumento de R$ 158 milhões no montante, houve ajuste de preço de acordo com os contratos, além de alta no montante disponibilizado.

Ainda se tratando de custos operacionais, os custos com construção registraram recuo de 30,2% entre os dois períodos, o que teria ocorrido pelo menor volume de investimentos em relação à 2018.

No caso das despesas com pessoal, houve aumento de 8,2% entre os acumulados de 2018 e 2019 em razão dos planos de demissão voluntários firmados com os trabalhadores. Houve aumento ainda no montante destinado à material, que subiu 6,9% entre os dois anos. A Eletrobras afirma que isso se deve ao custo de R$ 22 milhões na controladora CGTEE em razão de problemas com o carvão entregue em 2019 e que, para reduzir essa despesa, estão sendo feitos planos para privilegiar o carvão natural.

Já o aumento de 0,6% em serviços é explicado pela contratação de serviços para emissão de títulos de dívida, além de consultorias para o projeto SAP/ERP. Também entram na conta a manutenção da usina UTE Mauá 3 e a compensação da redução de R$ 37 milhões em Furnas, devido à redução do quadro de terceirizados.

A dívida líquida dividida pelo Ebitda da companhia foi de 1,6 vez, segundo a Eletrobras, "demonstrando o sucesso das medidas de desalavancagem da Companhia". No caso da dívida líquida recorrente, houve aumento de 5,3% entre o quarto trimestre de 2018 e o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 21,041 milhões, enquanto a dívida líquida recorrente em relação ao Ebitda recorrente recuou 0,5%, para o patamar de R$ 1,6 milhão. No caso da dívida bruta sem Reserva Global de Reversão (RGR) de terceiros, o aumento foi de 10,6% entre os trimestres, para R$ 46,781 milhões no ano último período do ano passado.