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Quarentena piora pobreza e vulnerabilidade entre 2 bilhões de informais, diz OIT

Favela no Rio de Janeiro - Brunomartinsimagens/Getty Images/iStockphoto
Favela no Rio de Janeiro Imagem: Brunomartinsimagens/Getty Images/iStockphoto

Gabriel Bueno da Costa

São Paulo

07/05/2020 13h39

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) destaca em documento nesta quinta-feira, 7, que as medidas de quarentena (lockdown) para conter a disseminação do coronavírus significam uma ameaça de aumento nos níveis de pobreza relativa entre os 2 bilhões de trabalhadores informais pelo mundo. A OIT lembra que nos países mais pobres essa categoria representa até 56% do total de pessoas em atividade

A OIT aponta ainda que, nos países mais ricos, os níveis de pobreza relativa entre os trabalhadores informais deve aumentar 52 pontos porcentuais, enquanto naqueles de renda média o crescimento é estimado em 21 pontos porcentuais.

"Até 1,6 bilhão dos 2 bilhões de trabalhadores da economia informal são afetados pelo lockdown e por medidas de isolamento", alerta a OIT, complementando que a maioria deles trabalha em setores mais atingidos, como alimentação e varejo, ou em "pequenas unidades mais vulneráveis a choques".

O fato de que muitos dos informais precisam trabalhar para alimentar suas famílias ameaça os esforços para proteger a população e combater a pandemia. "Isso pode ser uma fonte de tensão social nos países com grandes economias informais", alerta a entidade.

Nesse quadro, a OIT defende uma estratégia em várias frentes para lidar com a saúde e o impacto econômico da pandemia.

Entre as recomendações estão o estabelecimento de políticas que reduzam a exposição dos trabalhadores informais ao vírus; a garantia de que os infectados tenham acesso a cuidados de saúde; o fornecimento de apoio à renda e para a alimentação dessas pessoas e suas famílias; e medidas para evitar estragos às economias locais.