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Presidente da Abiplast diz que falta plano para retomada da economia

André Vieira

10/05/2020 13h51

Um dos representantes da indústria que estiveram na comitiva formada por 14 entidades industriais que se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira, 7, José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp e presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), disse que ficou claro que o País está longe de ter um plano elaborado e consistente para a retomada da economia após a pandemia do novo coronavírus.

Para Roriz Coelho, o timing da saída da quarentena tem de ser definido por especialistas em saúde com base em critérios técnicos. Qualquer plano para a retomada da atividade econômica terá de priorizar a vida das pessoas, defende ele. "Não faz sentido polarizar a questão entre saúde e economia, mas precisamos de planejamento. Quando for a hora, temos de estar prontos", diz.

A ausência de liderança na condução da crise é a principal preocupação do setor produtivo. Segundo Roriz, é preciso criar alternativas para a indústria imediatamente após a pandemia. "O setor industrial brasileiro corre sérios riscos de ser ainda mais abalado se não houver um plano", afirma Roriz.

Para o presidente da Abiplast, o governo federal precisa liderar e programar de forma coordenada, com governadores e prefeitos, a volta progressiva das atividades dos diversos setores econômicos, preservando a saúde das pessoas e os empregos, "que são imprescindíveis para a renda da família".

A atitude do presidente Jair Bolsonaro, em companhia do ministro da Economia, Paulo Guedes, de fazer uma visita relâmpago ao Supremo Tribunal Federal (STF) surpreendeu Roriz Colho e aos demais empresários, porque a agenda não estava combinada. Bolsonaro levou o grupo de empresários junto para reclamar das decisões do Justiça, um ato considerado como pressão do Executivo sobre o Poder Judiciário.

"Diferentemente dos outros países que também estão passando por essa pandemia, nós já vínhamos de uma baixíssima atividade econômica de quase dez anos. Quando esses países saírem em busca de mercados, vão encontrar o Brasil completamente vulnerável, com empresas com dificuldades de todos os tipos, como caixa, mercado e demanda, além de baixos investimentos em modernização."

Roriz ressalta ainda que há países já retornando do período mais agudo da covid-19, como China, Coreia do Sul e Alemanha. "É necessário fornecer o mínimo de condições para a indústria brasileira atravessar mais um momento muito difícil, para que o quadro não fique mais grave. Estimular a fabricação de produtos que mantenham ou criem novos empregos no Brasil seria um dos caminhos para acelerar a retomada."