Ata: para próxima reunião, Copom considera corte de até 0,75 p.p. na Selic
O Banco Central (BC) reiterou hoje, por meio da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), a intenção de promover novo corte da Selic (a taxa básica de juros) em junho, de até 0,75 ponto porcentual. Ao mesmo tempo, o BC ressaltou que os próximos passos da política monetária dependerão do andamento da pandemia do novo coronavírus.
Na semana passada, o Copom reduziu a Selic em 0,75 ponto porcentual, de 3,75% para 3,00% ao ano. Este é o menor nível da taxa básica em toda a série histórica do BC. Para o próximo encontro do colegiado, marcado para os dias 16 e 17 de junho, a sinalização é de novo corte.
"Para a próxima reunião, condicional ao cenário fiscal e à conjuntura econômica, o comitê considera um último ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da covid-19", registrou o BC na ata agora divulgada.
"No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e ressalta que novas informações sobre os efeitos da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos", acrescentou a instituição.
Ambiente 'desafiador'
O aumento da aversão ao risco e a consequente realocação de ativos tornam o ambiente "desafiador" para os países emergentes, observou o Banco Central na ata. Segundo o BC, a pandemia da covid-19 está provocando uma desaceleração significativa do crescimento global, queda nos preços das commodities e aumento da volatilidade nos preços de ativos.
"Nesse contexto, apesar da provisão adicional de estímulos fiscal e monetário pelas principais economias, e de alguma moderação na volatilidade dos ativos financeiros, o ambiente para as economias emergentes segue desafiador, com saída de capitais significativamente superior à de episódios anteriores", diz a ata.
De acordo com a instituição, o epicentro da atual crise "se desloca para todos os países, juntamente com a pandemia", em contraste com outras crises mais recentes que tiveram o hemisfério norte como epicentro.
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