Vigilantes terceirizados do Metrô de SP estão há 4 meses sem salários
Os profissionais foram contratados pela empresa Dunbar que, em outubro de 2018, assinou um contrato de R$46 milhões com o governo de São Paulo para prestar os serviços de segurança e vigilância patrimonial no lote 2 do metrô. Este ano, a companhia perdeu a concessão e deixou para trás as dívidas trabalhistas.
Duas tentativas para barrar a contratação, ainda em 2018, foram indeferidas. Logo após o resultado do processo licitatório, uma concorrente apresentou os pedidos ao pregoeiro Carlos Guilhermo Moro Franco, alegando que a Dunbar seria incapaz de cumprir os termos acordados em razão do orçamento considerado 'inexequível'. Em outras palavras, o valor ofertado pela empresa não cobriria sequer os custos para a prestação dos serviços.
"Estamos diante de um segmento que basicamente não existem grandes variações com relação aos custos de cada empresa. Veja que este tipo de prestação de serviço é basicamente mão de obra, e esta mão de obra possui convenções coletivas que obrigam todas as empresas a cumprir com suas obrigações", diz um dos pedidos.
A Dubar apresentou orçamento cerca de 30% inferior ao valor estimado no próprio instrumento convocatório elaborado por técnicos da Secretaria de Fazenda para o núcleo de Estudos Técnicos de Serviços Terceirizados (CADTERC) do governo.
Para Antonio Pereira, porta-voz do Sindicato dos Empregados em Empresas Vigilância, Segurança e Similares de São Paulo (SEEVISSP), o governo precisa aprofundar a inspeção antes de firmar os contratos.
"Não pode fazer um contrato com uma empresa que você sabe que lá na frente não vai cumprir com as obrigações trabalhistas. O serviço de vigilância não é um serviço qualquer. Eles olham o menor preço, mas não olham a qualidade. Não fiscalizam a empresa, não fazem um levantamento para saber se tem capacidade técnica, financeira e operacional para cumprir os contratos", diz.
Segundo Pereira, a Dunbar vem justificando os atrasos de salários sob argumento de que seus faturamentos foram bloqueados pela Justiça no âmbito de outros processos trabalhistas. A alegação também valeu para os vigilantes terceirizados de uma segunda licitação, no valor de R$2,5 milhões, firmada com a Defensoria Pública de São Paulo em 2017 e renovada até o mês de junho.
A empresa, que mudou de razão social e antes atendia por Alphagama Vigilância e Segurança, responde a uma série de ações em varas trabalhistas espalhadas pelo Estado.
Em abril do ano passado, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, sediado em Campinas, reconheceu que a Dunbar faz parte do mesmo grupo econômico de uma segunda companhia de vigilância, a Atlântico Sul, que também foi prestadora de serviços ao Governo de São Paulo, mas declarou falência em 2015. Com isso, ficou inabilitada para exercer atividade empresarial, como manda a lei, e o passivo trabalhista ficou a cargo da Justiça.
"Nenhuma novidade. Continuamos aguardamos as audiências", lamenta o porta-voz dos vigilantes.
COM A PALAVRA, O METRÔ
O Contrato do Metrô com a Dunbar seguiu todos trâmites legais e a empresa cumpriu os requisitos do edital para ser contratada. A rescisão deste ocorreu pelo fato de a própria empresa Dunbar descumprir o contrato e posteriormente o acordo celebrado. A empresa também foi multada. O Metrô cumpriu todos as obrigações desta relação contratual e, inclusive, os últimos pagamentos foram determinados pela justiça que o Metrô realizasse por via de depósito judicial.
COM A PALAVRA, A DUNBAR
Até a publicação desta matéria, a reportagem não havia obtido contato com a empresa. O espaço permanece aberto a manifestações.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.