Atividade melhora, mas está distante do nível pré-covid, diz Livro Bege do Fed
O Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), publicado hoje, apontou que a atividade econômica melhorou "na maioria dos distritos". No entanto, "os ganhos foram modestos e atividade se manteve bem abaixo do nível anterior à pandemia de covid-19", aponta o relatório, um sumário de opiniões usado para embasar as decisões de política monetária.
A maioria dos contatos apontou para perspectivas de "otimismo modesto", mas alguns distritos registraram "algum pessimismo". A contínua incerteza e a volatilidade relacionada à pandemia e os efeitos negativos dela sobre o consumo e as atividades de negócios foram tema comum por todo o país, segundo o documento.
A indústria melhorou na maioria das regiões, o que coincidiu com o avanço da atividade portuária. O consumo continuou a melhorar, suportado por uma venda "forte de veículos", junto a alguma melhora no turismo e no varejo. No entanto, nas duas áreas alguns distritos tiveram desaceleração, e o total dos gastos está muito abaixo dos níveis anteriores à pandemia, destaca o Livro Bege.
A construção comercial recuou, e o mercado imobiliário manteve-se em "contração". Já a construção residencial foi um ponto positivo, mostrando "crescimento e resiliência". A venda de imóveis no setor também foi "notavelmente alta", com preços subindo e estoques menores.
No setor bancário, as hipotecas para residências impulsionaram a demanda por empréstimos. Já a agricultura "continua a sofrer com preços baixos", e a atividade energética ficou contida em níveis baixos, com poucas expectativas de melhora para os dois setores no curto prazo, sustenta o Livro Bege.
Emprego
O nível de emprego melhorou nos Estados Unidos, sobretudo no setor industrial, destaca o Livro Bege. "No entanto, alguns distritos também relataram desaceleração do crescimento do emprego e aumento da volatilidade das contratações, especialmente nas indústrias de serviços, com aumento dos relatos de demissões temporárias se tornando permanentes, por conta da demanda fraca", ressalta.
Segundo o documento, as empresas relataram dificuldades para encontrar a força de trabalho necessária, em meio a incertezas sobre retorno das escolas e da extensão dos benefícios para desempregados.
Em relação aos salários, o Livro Bege salienta que eles permaneceram estagnados, com pressão maior sobre trabalhadores de baixa renda.
De acordo com o relatório, algumas companhias removeram os cortes de pagamentos implementados no início da crise. "Outras, no entanto, procuraram reduzir o pagamento de benefícios para empregos com alta exposição (a perigos), embora alguns tenham optado por não fazê-lo por fins morais e de recrutamento de pessoal", conclui.
Preços
O Livro Bege do Federal Reserve afirma que as pressões sobre os preços nos Estados Unidos "aumentaram desde o último relatório, mas continuam modestas".
Segundo o documento, os preços de matérias-primas em geral subiram mais rápido do que aqueles da venda aos consumidores, mas ficaram de qualquer modo "moderados em geral".
O Livro Bege é um sumário de opiniões que embasa as decisões de política monetária do Fed. O relatório aponta como "exceções dignas de nota" nesse quadro alguns preços de matérias-primas, diante de fortes altas na demanda ou problemas na cadeia de produção, citando como exemplo as madeiras estruturais.
O Fed aponta que vários distritos reportaram que os custos para equipamentos de proteção pessoal e matérias-primas seguiam elevados.
Houve também alta nos custos de frete para transportes, diante de um salto na demanda, diz o Livro Bege.
Por outro lado, o varejo mostrou crescimento mais fraco nos preços, com a demanda "fraca", segundo o documento.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.