Pandemia acende alerta para agenda ESG, diz estudo
A pesquisa do HSBC, realizada pelo quarto ano consecutivo, ouviu um total de 2 mil entrevistados, sendo metade investidores e o restante emissores. O estudo abrange 15 mercados nas regiões das Américas, incluindo o Brasil, Ásia, Europa e Oriente Médio.
"Apesar das condições desafiadoras do mercado global ao longo de 2020, as perspectivas de financiamento e investimento sustentáveis parecem extremamente fortes", afirma o diretor global de finanças sustentáveis do HSBC, Daniel Klier, mencionando o investimento de US$ 45,6 bilhões feitos no primeiro trimestre em fundos do gênero.
Os principais motivadores para o engajamento social e ambiental dos investidores, conforme estudo do HSBC, são risco e retorno, na visão de 49% dos entrevistados, e pressões externas (43% das expectativas da sociedade e 41% por parte dos reguladores). "Isso é um sinal de futura evolução para este mercado em constante mudança?", questiona Klier.
Também melhorou a percepção quanto à existência de barreiras para um maior avanço dos critérios ESG no mercado de capitais global. Em 2019, 61% dos investidores em todo o mundo relataram obstáculos para investimentos sustentáveis. Na edição atual, essa queixa foi de menos da metade dos entrevistados, ou 46%.
No entanto, investidores se queixam da dificuldade de comparabilidade das informações divulgadas por emissores que levam os critérios ESG a sério. Na visão deles, conforme a pesquisa do HSBC, os dados não são comparáveis o suficiente. Como consequência, 50% dos entrevistados veem a falta de padrões comuns como o maior obstáculo para o crescimento da pauta ESG.
Na divisão por regiões, a preocupação é ainda maior. Para 56% dos investidores entrevistados em mercados localizados nas Américas, a falta de padrão nas informações é um entrave ante 55% no Oriente Médio e 58% na França, com o mercado local bastante engajado nesta questão.
Klier, do HSBC, afirma que as respostas tanto por parte dos emissores quanto dos investidores mostram que não só o financiamento e o investimento sustentáveis crescem, mas também o interesse sobre o assunto. Na pesquisa, a imensa maioria dos entrevistados (89%), vê questões ambientais e sociais "tão importantes" ou "muito importantes".
Além disso, apenas 2% dos emissores e 1% dos investidores dizem que estão dando menos importância às questões de meio ambiente, governança, sociedade e de sustentabilidade devido à covid-19.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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