Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Antes do fim do ano vamos anunciar redução de subsídios, diz Guedes em evento

O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante cerimônia no Palácio do Planalto - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante cerimônia no Palácio do Planalto Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Iander Porcella

São Paulo

09/12/2020 08h43

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na manhã de hoje que o governo anunciará antes do fim do ano uma redução de subsídios "de forma generalizada".

Segundo ele, será um "forte sinal" para os investidores estrangeiros de que o Brasil está comprometido com o ajuste fiscal e o equilíbrio das contas públicas.

"Apenas dois dias atrás o presidente Bolsonaro deu outro sinal, anunciamos que os benefícios que ajudaram o Brasil a se recuperar, em uma recuperação em forma de V, serão removidos em 31 de dezembro", disse, em referência ao auxílio emergencial, durante o evento virtual The Asia-Brazil Connection, organizado pelo Milken Institute, um think tank econômico americano com sede em Santa Monica, na Califórnia.

"De nenhuma forma vamos transgredir o teto de gastos", disse o ministro. Guedes também afirmou que o país voltará às reformas estruturais assim que a economia se recuperar da crise gerada pela pandemia de covid-19. "O Brasil foi atingido pela pandemia quando estava implementando as reformas", declarou.

Guedes voltou a prometer que o país encerrará 2020 sem perder nenhum emprego. "A economia do Brasil está se recuperando muito fortemente", reforçou. De acordo com o ministro, o país lidou relativamente bem com a crise quando comparado aos pares emergentes.

Ao ser questionado por representantes de fundos soberanos sobre o retorno do investidor estrangeiro à Bolsa brasileira nos últimos dois meses, Guedes respondeu que isso é o "reconhecimento de nosso trabalho em implementar reformas".

O ministro destacou que o governo está promovendo uma desregulamentação do ambiente de investimentos em setores como petróleo e gás e eletricidade. "Sinalizamos para os investidores que não vamos aumentar impostos", acrescentou.

Acordo de Paris e Amazônia

O ministro da Economia também afirmou no evento virtual que o Brasil está comprometido com o Acordo de Paris e que a entrada do país na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) seria um sinal de compromisso com a pauta ambiental. "O futuro é verde e digital, todo mundo sabe disso no Brasil", declarou.

Em conversa com representantes de fundos soberanos de Singapura e dos Emirados Árabes Unidos, Guedes disse que há um "mal-entendido" sobre o que está acontecendo na Amazônia. "É nosso território e vamos preservar", afirmou.

Ao falar da importância da entrada do Brasil na OCDE, o ministro disse que o país não se integrou às cadeias de valor globais e tem uma economia fechada. Para ele, ingressar na organização seria não só o reconhecimento da modernização do Brasil, mas também um estímulo para uma maior integração.

"Estamos muito à frente de vários países", disse, em referência aos pré-requisitos exigidos pela OCDE. Guedes ressaltou que o País pediu apoio aos Estados Unidos e também começou a conversar com a União Europeia.

Ao encerrar sua participação no evento, o ministro disse que os investidores asiáticos "são muito bem-vindos" no Brasil e citou o investimento da China em energia solar no país.

'Ambiente positivo'

O fundador e sócio sênior do BTG Pactual, André Esteves, afirmou que o cenário externo tem criado um ambiente positivo para o Brasil. "Nos movemos para um fim mais previsível da pandemia", apontou, durante o evento virtual The Asia-Brazil Connection.

De acordo com Esteves, além da perspectiva de fim da pandemia, o cenário externo também ficou mais positivo com a eleição do democrata Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, o que deve reforçar o multilateralismo no mundo.

Em conversa com representantes de fundos soberanos de Cingapura e dos Emirados Árabes Unidos, ele disse que os investidores asiáticos são muito bem-vindos no Brasil e que as economias são complementares.