Ata cita possibilidade de 'forward guidance' ser retirado em breve
Desde agosto, o Copom passou a usar um "forward guidance", se comprometendo a não elevar os juros de acordo com três condições que, segundo a diretoria do BC, seguem satisfeitas: projeções de inflação abaixo da meta no horizonte relevante, manutenção do regime fiscal e expectativas de longo prazo ancoradas.
Assim como no comunicado da semana passada, a ata de hoje adiantou que as próximas reuniões do Copom podem culminar com a retirada do "forward guidance" devido à convergência das expectativas e projeções de inflação para a meta. Isso pode acontecer pela elevação das projeções para 2021 e pelo aumento do peso de 2022 no horizonte relevante da política monetária.
"Assim sendo, o Comitê decidiu adicionar à sua comunicação que, embora haja a possibilidade de o forward guidance ser retirado em breve, isso não implicaria mecanicamente aumento de juros", voltou a enfatizar o BC.
O Banco Central explicou novamente que, em caso de retirada do "forward guidance", a análise do Copom voltaria a seguir o receituário do regime de metas para a inflação, sendo baseada na avaliação da inflação prospectiva e de seu balanço de riscos.
A ata repete a avaliação do colegiado de que o atual nível de estímulo monetário produzido pela Selic em 2,00% ao ano junto com o "forward guidance" é adequado. "O Copom ponderou que, neste momento, a assimetria altista no balanço de riscos causada pelos riscos fiscais é suficiente para compensar o fato de seu cenário básico projetar inflações abaixo da meta no horizonte relevante", completou o documento.
Mais uma vez, o Copom alertou para eventuais medidas que burlem o teto de gastos, ainda que a regra fiscal seja formalmente mantida. A ata repete que alterações de política fiscal que afetem a trajetória da dívida pública ou comprometam a âncora fiscal seriam suficientes para a reavaliação dessa cláusula do "forward guidance".
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