51 mil servidores do Executivo vão precisar de treinamento para recolocação, diz pesquisa
Cerca de 51 mil servidores do Executivo trabalham em atividades que poderão ser automatizadas no futuro e precisarão passar por novos treinamentos, segundo pesquisa conduzida pela Enap (Escola Nacional de Administração Pública) e pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
São assistentes administrativos e auxiliares de escritório (41 mil), técnicos de serviços culturais (1.610), auxiliares de biblioteca (1.020), trabalhadores têxteis e gráficos (430), arquivistas (225) e outros 7 mil servidores distribuídos em 80 ocupações que ficarão obsoletas, segundo cenários traçados pelo estudo.
Como esses servidores não devem se aposentar tão cedo, eles precisarão ser reaproveitados dentro da própria estrutura e, para isso, terão de passar por uma requalificação. O contingente representa 8,5% dos atuais 600 mil servidores em atividade. A definição de quais competências serão estratégicas para a administração pública será crucial na elaboração desse plano de requalificação, afirma o presidente da Enap, Diogo Costa.
O mesmo estudo estima que 232 mil dos atuais servidores devem se aposentar entre 2030 e 2035, sendo que 53 mil dos cargos que ficarem vagos devem ser automatizados e não terão reposição. Com isso, 179 mil postos precisariam ser preenchidos - e a realocação dos 51 mil mais jovens que ficarão sem função pode ajudar nesse rearranjo.
A Enap tem ressaltado que todos os cargos e todas as faixas etárias estão suscetíveis a algum nível de automação, por isso o desenvolvimento de habilidades tecnológicas tem sido considerado ativo estratégico dentro da administração.
Liderança
Além de pensar o rearranjo dos servidores, o governo lançou um programa-piloto para formar lideranças dentro da administração. O LideraGov tem hoje duas turmas de 30 alunos e inicialmente está restrito ao Ministério da Economia, mas a Secretaria de Gestão de Pessoas já recebeu demanda de outros órgãos interessados.
No programa, servidores concursados que têm ensino superior, não ocupam cargo de chefia e ainda vão demorar cinco anos ou mais para se aposentar puderam se candidatar.
O objetivo é oferecer cursos específicos para formação executiva teórica e prática, capacitando os funcionários para a gestão pública. É o equivalente ao "trainee" de empresas privadas, diz o secretário de Gestão de Pessoas, Wagner Lenhart. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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