Acordo pavimenta 'caminho de saída' da XP para o Itaú
No novo acordo de acionistas que vai surgir com a incorporação da XPart, o Itaú Unibanco deixa de ter certos privilégios. O banco não terá mais poder de veto nas decisões da XP nem poderá indicar novos membros para o conselho de administração ou no comitê de auditoria interna, além de não receber mais informações internas da empresa. Por sua vez, os acionistas controladores da XP estão liberados para vender o controle da companhia.
A Itaúsa, que vai deter 15,1% do capital social total da XP (e 4,8% do capital votante) após a incorporação da XPart, terá o direito de indicar até dois membros do conselho de administração da XP e continuará a receber informações da companhia. O novo acordo de acionistas valerá até 30 de outubro de 2026 ou até a Itaúsa reduzir sua participação na XP para abaixo de 5%. Uma cláusula impede que o braço de investimentos do Itaú venda a participação restante até o dia 30 de outubro de 2021.
Como informado por Itaú e Itaúsa, apesar de já aprovada pelas duas empresas, a constituição da XPart ainda depende de aval regulatório do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), uma vez que a corretora tem ações listadas nos Estados Unidos.
Venda de ações
O Itaú Unibanco também divulgou ontem que obteve ganho de R$ 3,2 bilhões com a alienação parcial de sua participação na XP Inc. no quarto trimestre de 2020.
Além do ganho com a XP, o Itaú também informou que constituiu provisões nos valores de R$ 220 milhões com readequação de sua estrutura e R$ 379 milhões com a marcação a mercado de títulos de dívida em garantia (ajuste de valores). Também reservou R$ 179 milhões por amortização de ágio de aquisições passadas. Todos esses movimentos e outros ocorreram entre outubro e dezembro.
Somados, os eventos extraordinários compõem a diferença do lucro líquido recorrente, que reflete o dia a dia do banco, e o contábil, que considera aqueles que não ocorrem frequentemente. O lucro líquido contábil do Itaú somou R$ 7,6 bilhões no quarto trimestre, alta de 1,5% em um ano. Já o lucro líquido recorrente do maior banco da América Latina foi a R$ 5,39 bilhões no período, queda de 26,1%, na mesma comparação.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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