Saques líquidos da poupança batem recorde em janeiro e somam R$ 18,154 bi
O recorde anterior era de janeiro do ano passado, quando R$ 12,356 bilhões líquidos haviam sido sacados.
O montante de R$ 18,154 bilhões considera as retiradas ocorridas em janeiro, já descontados os depósitos feitos ao longo do mês.
O resultado negativo coincide com o fim do pagamento de auxílios emergenciais feito pelo governo.
No ano passado, a poupança foi favorecida pelo pagamento dos auxílios, em meio aos esforços do governo para reduzir os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre uma parcela da população.
Além disso, a caderneta foi impulsionada em 2020 pela maior cautela das famílias brasileiras. Preocupadas com a renda futura e com medo do desemprego, muitas delas reduziram gastos e passaram a aplicar recursos na poupança, o que elevou o saldo. Este movimento foi o que o próprio BC chamou de "poupança precaucional".
Mês de saques
Janeiro também é, tradicionalmente, um mês de mais saques que depósitos na poupança, em função das despesas de início de ano. Entre elas, estão o IPTU, o IPVA, a matrícula de filhos em escolas particulares e os gastos com material escolar.
Neste cenário, os brasileiros retiraram R$ 263,062 bilhões brutos da poupança em janeiro e depositaram R$ 244,909 bilhões. O movimento gerou a retirada líquida de R$ 18,154 bilhões. Considerando o rendimento de R$ 1,652 bilhão no período, o saldo total da caderneta somou R$ 1,019 trilhão no fim de janeiro.
Remuneração
A poupança é remunerada atualmente pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros), hoje em 2,00% ao ano. Na prática, a remuneração atual da poupança é de 1,4% ao ano. O porcentual não cobre necessariamente a inflação.
Esta regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).
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