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Agenda liberal deve ser esquecida após sinal de mais mudança em estatais

Incertezas que rondam a Petrobras após o presidente Jair Bolsonaro trocar o comando da estatal influenciaram no recuo da Ibovespa - SERGIO MORAES
Incertezas que rondam a Petrobras após o presidente Jair Bolsonaro trocar o comando da estatal influenciaram no recuo da Ibovespa Imagem: SERGIO MORAES

Maria Regina Silva

São Paulo

22/02/2021 08h45

O Ibovespa deve abrir com recuo entre 4% e 5% na manhã desta segunda-feira (22), puxado pelas incertezas que rondam a Petrobras após o presidente Jair Bolsonaro trocar o comando da estatal e dizer que mais modificações virão, citando ainda até mesmo mudanças no setor elétrico.

Ao considerar o fechamento na sexta-feira na B3 e a queda no pré-mercado em Nova York, as ações da Petrobras já caem mais de 23%, perdendo em torno de um quinto de valor de mercado, avalia em nota André Machado, sócio fundador do Projeto Os 10%, escola de traders. "Mas ainda temos um pregão inteiro pela frente.

Será um pregão bastante tenso não só para as ações da Petrobras, mas também para todas as estatais, uma vez que não se sabe onde mais o presidente colocará o dedo", diz.

"Ninguém esperava um fim de semana tão verborrágico de interferências em estatais, na economia (...). Cenário lotado de incerteza e justamente na véspera do vencimento de opções sobre ações. Será que temos um presidente trader?", questiona, ao referir-se ao vencimento hoje na B3, um pregão depois do de sexta, quando as ações da Petboras perderam 7,92%(ON) e 6,63%(PN).

Com essas mudanças, Machado afirma que pode-se esquecer a agenda de reformas e ainda chama a atenção para a permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no governo. "Esquece a agenda liberal. O presidente está focado 100% em populismo, em reeleição", diz, completando que essas ações acabam gerando oportunidades para o Centrão no comando de diversas empresas.

Machado ainda ressalta que, nesse cenário de dúvidas, aumenta a possibilidade de o Banco Central (BC) retomar o inicio da alta da Selic em março. Acrescenta ainda que fica no radar a autonomia do BC, aprovada recentemente. "Claro que essa possibilidade é mínima, mas será que em meio a tudo isso, o presidente poderia repensar a autonomia?", pergunta.