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Renner contrata bancos de investimento para oferta de mais de R$ 4 bilhões

Lojas Renner contratou bancos de investimento para captar no mercado cerca de R$ 4 bilhões - Divulgação
Lojas Renner contratou bancos de investimento para captar no mercado cerca de R$ 4 bilhões Imagem: Divulgação

Fernanda Guimarães, Talita Nascimento e Fabiana Holtz

Em São Paulo

17/04/2021 08h21

Em meio à movimentação no mercado da moda com a proposta da Arezzo para comprar a Hering, a Lojas Renner contratou bancos de investimento para captar no mercado cerca de R$ 4 bilhões, apurou o Estadão. Vão trabalhar nessa oferta instituições nacionais e internacionais, como Itaú BBA, Santander, Morgan Stanley, JPMorgan e BTG Pactual, afirmam fontes de mercado.

A expectativa é de que os recursos a serem captados sejam direcionados a aquisições. Isso porque o setor da moda sofreu muito a partir da crise que emergiu com a pandemia de covid-19, que deixou lojas fechadas como medida para conter a disseminação do novo coronavírus.

Diante da expectativa de como será a utilização desses recursos da oferta, que está prevista para ocorrer nas próximas semanas, as ações da varejista encerraram o pregão de ontem com alta de 12%. Os papéis fecharam a R$ 46,90, colocando o valor de mercado da companhia gaúcha em R$ 37,3 bilhões.

No mercado financeiro, uma das especulações entre investidores é de que a Renner esteja se capitalizando para a compra da concorrente C&A, que estaria querendo sair do Brasil.

Sobre a expectativa de uma possível oferta de compra por parte da Renner, a C&A disse ontem, em nota: "A companhia segue intensamente focada no desenvolvimento dos seus planos de negócio e, como política, não comenta rumores ou especulações de mercado".

A semana foi agitada para o mercado de moda. Para André Pimentel, sócio da Performa Partners, o setor vive um momento delicado. Há poucas empresas capitalizadas e que tiveram gestão bem-sucedida durante a crise. Dentre elas, podem ser citadas a Arezzo, e também o grupo Soma (dona de grifes como a Animale e Farm). A primeira negocia a compra da Hering e a segunda, a marca Shoulder.

Em fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o Soma afirmou que as negociações com a Shoulder ainda estão em fase preliminar e que não há nenhum documento relativo à operação assinado, bem como não as partes possuem autorização societária para celebração de qualquer documento.

A companhia reitera ainda que a efetiva realização da operação está sujeita a diversos fatores comuns a esse tipo de operação, tais como a conclusão da análise de viabilidade da operação e a conclusão das negociações. "Assim, não há nenhuma garantia de que a negociação para aquisição da Shoulder será concluída com sucesso", disse o Soma.

A consolidação do segmento seria natural, já que as candidatas a serem compradas estão depreciadas. "No entanto, não há tantas empresas de vestuário em boas condições. O setor se enfraqueceu muito durante a crise", considera Pimentel, da Performa Partners. Se por um lado o preço dessas empresas pode configurar uma espécie de liquidação, por outro o que está sendo vendido pode não ter tanta qualidade.

Ações em disparada

O varejo de vestuário voltou a registrar fortes altas no pregão de ontem. Além da Renner e da Hering, que estão diretamente envolvidas em operações neste momento, as demais companhias do varejo de moda também dispararam. A Lojas Marisa teve valorização de 14,73%, seguida pela holandesa C&A, com ganho de 8,23%, e pela Riachuelo (Guararapes), com alta de 8,11%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.