Bolsonaro: gasolina pode diminuir um pouco se diminuir a concentração de etanol
"A gasolina custa em média R$ 2 na refinaria, aumenta de preço porque é adicionado etanol. Etanol encarece gasolina na origem", declarou o chefe do Executivo. Hoje, a lei autoriza a mistura de 18% a 27% de etanol anidro à gasolina. Quem decide o porcentual é o Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima), vinculado ao Ministério da Agricultura e integrado às pastas da Economia e de Minas e Energia. "O preço da gasolina pode diminuir um pouco se diminuir a concentração de etanol na gasolina".
Bolsonaro reconheceu na live que a possibilidade de diminuir a proporção de etanol na gasolina não é um ato unilateral da Presidência e sugeriu que a medida poderia causar revolta. "Os usineiros vão chiar, porque eles têm um mercado garantido hoje em dia, que é o etanol que você bota no seu carro, na gasolina ou o etanol puro. Então, olha o tamanho da encrenca para a gente diminuir o porcentual da mistura do etanol na gasolina", disse o presidente.
Apesar da sugestão, Bolsonaro insistiu na retórica de que a alta no preço dos combustíveis se deve à cobrança do ICMS, um imposto estadual que varia proporcionalmente. Ele vem cobrando os governadores a baixar o imposto, a maior fonte de arrecadação em vários Estados.
O preço dos combustíveis é altamente impactado, ainda, pela cotação do dólar, muitas vezes alavancado por crises políticas nascidas dentro do Planalto e pela crise fiscal.
IOF
Bolsonaro também afirmou na transmissão ao vivo que está "apanhando até não poder mais" desde que anunciou alta na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). "Qual o objetivo de aumentar o IOF até o final do ano? Não é aumentar imposto. Aumentou imposto, sim, mas zerou o PIS/Confins do milho", tentou justificar o presidente. "Aumentou de um lado e tirou do outro lado, ficou no zero a zero", acrescentou.
Contudo, a alta no IOF sobre operações de crédito para empresas e pessoas físicas foi anunciada para bancar o novo Bolsa Família, batizado de Auxílio Brasil. O programa deve ser usado pelo Planalto como uma vitrine nas eleições de 2022.
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