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Banco Central mantém estimativa de alta do IPCA a 8,5% em 2021

Banco Central mantém estimativa de alta do IPCA a 8,5% em 2021 - Getty Images
Banco Central mantém estimativa de alta do IPCA a 8,5% em 2021 Imagem: Getty Images

Eduardo Rodrigues e Thaís Barcellos

Brasília

30/09/2021 08h47

O Banco Central(BC) manteve sua estimativa de inflação para 2021 no cenário de referência, que utiliza juros conforme o Relatório de Mercado Focus e câmbio atualizado de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC). Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado na manhã desta quinta-feira, 30, este cenário indica um IPCA de 8,5% para este ano. O porcentual é o mesmo que constou na ata e no comunicado do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).

O cenário de referência indica que o IPCA ficará em 3,7% em 2022 e em 3,2% em 2023 - também igual à ata e ao comunicado.

Para 2021, a meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto porcentual (taxa de 2,25% a 5,25%). Para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,00% a 5,00%). Para 2022, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 1,75% a 4,75%).

No último relatório Focus, divulgado na segunda-feira passada, os economistas consultados semanalmente pelo BC projetaram alta de 8,45% no IPCA de 2021, de 4,12% em 2022 e de 3,25% em 2023.

O Banco Central também divulgou, no RTI, suas projeções de inflação de curto prazo, que abarcam os meses de setembro a novembro de 2021. A previsão do BC do IPCA para setembro é de 1,11%. Já a projeção para outubro é de 0,45% e, para novembro, de 0,41%.

No Focus mais recente, divulgado na última segunda-feira, as projeções do mercado financeiro para o IPCA eram de alta de 1,10% em setembro, 0,53% em outubro e 0,40% em novembro.

Teto da meta

O Banco Central informou que, em seu cenário de referência, a probabilidade de a inflação de 2021 ficar acima do teto da meta, de 5,25%, está em 100%, ou seja, não há mais como entregar o objetivo deste ano. Com isso, o presidente do BC, Roberto Campos Neto precisará divulgar uma carta aberta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando o estouro da meta deste ano. Da mesma forma, a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2021, de 2,25%, é zero.

Para 2022, a probabilidade de estouro do teto de 5% da meta é de 17%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,00% da meta é de 11%. Para 2023, a probabilidade de estouro do teto de 4,75% da meta é de 13%. Já a possibilidade de estouro do piso de 1,75% da meta é de 15%.