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Governo tenta acelerar agenda econômica para não perder apoio de liberais

Segundo Paulo Guedes, apesar de privatizações terem sido prioridade da agenda econômica do governo, o plano foi interrompido por causa de outros episódios - Washington Costa/ME
Segundo Paulo Guedes, apesar de privatizações terem sido prioridade da agenda econômica do governo, o plano foi interrompido por causa de outros episódios Imagem: Washington Costa/ME

Celia Froufe, Lauriberto Pompeu e Felipe Frazão, Brasília e Dubai

14/11/2021 15h59

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou neste domingo, 14, que o governo precisa correr com a agenda econômica para garantir apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. "Esperamos justamente acelerar as nossas reformas para garantir o apoio dos liberais", disse a jornalistas, durante viagem que faz em Dubai. "Nosso governo é de centro-direita, então somos liberais na economia e conservadores nos costumes. Para que os liberais continuem nos apoiando, com uma reeleição do presidente, é preciso ter reformas. Querem ver formas administrativas, querem ver as privatizações avançando", continuou.

De acordo com o ministro, apesar de esta ter sido sempre uma das prioridades da agenda econômica do governo, muitas vezes o plano foi interrompido por causa de outros episódios, como a pandemia de coronavírus e outros temas como o do imbróglio dos precatórios (dívidas do governo já reconhecidas pela Justiça). "Às vezes, as reformas foram interrompidas por causa de todas essas coisas que aconteceram, mas esperamos merecer a confiança dos liberais... se não avançarmos nessa pauta: abertura da economia, privatizações, destravar a pauta de investimentos. É isso o que estamos fazendo aqui em Dubai", enumerou.

Guedes evitou fazer comentários sobre vários assuntos que, segundo ele, não estão relacionados a sua área, como o preço dos combustíveis e a questão envolvendo a Embraer, alegando que o assunto cabe ao Ministério da Defesa. Da mesma forma, Guedes não quis falar aos jornalistas sobre a alta da inflação, dos juros e dos preços do petróleo no mercado internacional. "Petróleo é assunto de Minas e Energia e inflação e juros são assunto do Banco Central. Eu tenho cá minhas expectativas, mas não comento", desconversou.

O ministro, no entanto, disse que o Brasil começou o processo de redução de tarifas de importação dentro do Mercosul . "Quero a modernização do Mercosul, justamente para aumentar a oferta no momento em que a demanda está forte e a inflação está subindo."

Mais uma vez, ele disse que há muito pessimismo dos agentes econômicos em relação aos números do Brasil. "Estamos muito otimistas. O crescimento da economia está contratado. Os juros vão subir um pouco para atacar a inflação, mas o crescimento está contatado, são R$ 700 bilhões (de investimentos programados) fora o trabalho que vamos continuar fazendo. Não apostem contra a economia brasileira", avisou.

Segundo Guedes, quem apresenta previsões negativas vai perder dinheiro. "Mais uma vez as previsões lá no Brasil vão ser equivocadas. Tá todo mundo vendo que o Brasil não vai crescer e o que eu estou vendo é o contrário", defendeu. Segundo ele, além dos R$ 544 bilhões em investimentos previstos, foram contratados mais R$ 150 bilhões com o leilão da tecnologia 5G, realizado no início do mês.

"Já temos mais de R$ 700 bilhões em contratos. Acho muito difícil o Brasil não crescer no ano que vem. Quando disseram que o Brasil ia ficar em depressão, eu disse que ia voltar em "V". Diziam que eu estava otimista, mas a economia voltou em "V". Depois eu disse que o Brasil ia crescer e estamos crescendo 5,5%. No ano que vem estão dizendo que não vai crescer. Acho quase impossível, pois temos os R$ 700 bilhões já encomendados."