IPCA
0,83 Mai.2024
Topo

Ciro Nogueira dá a secretário poder de barrar decisões de Guedes no Orçamento

Os Ministros Ciro Nogueira, da Casa Civil, e Paulo Guedes, da Economia, participam da   cerimônia de lançamento do Programa Pró Trilhos de autorizações Ferroviárias, realizada   no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), nesta quinta-feira, 02 de setembro de 2021.   02/09/2021 - Foto: GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO - Gabriela Biló/Estadão
Os Ministros Ciro Nogueira, da Casa Civil, e Paulo Guedes, da Economia, participam da cerimônia de lançamento do Programa Pró Trilhos de autorizações Ferroviárias, realizada no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), nesta quinta-feira, 02 de setembro de 2021. 02/09/2021 - Foto: GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO Imagem: Gabriela Biló/Estadão

Daniel Weterman

Do Estadão Conteúdo, em Brasília

24/01/2022 19h26

Depois de assumir o controle sobre as movimentações do Orçamento da União, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, delegou o poder de dar o aval e a barrar decisões do Ministério da Economia na execução das verbas federais ao secretário especial de Relações Governamentais da Casa Civil, Bruno Cesar Grossi de Souza.

A decisão foi assinada por Ciro Nogueira em uma portaria no último dia 20, sete dias após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter escolhido o ministro como "chanceler" do Orçamento no governo federal. Agora, além de Ciro Nogueira, o poder de Paulo Guedes na decisão sobre os gastos federais ficará submetida a um secretário de Nogueira.

A sanção do Orçamento de 2022, blindando o orçamento secreto e sancionando o reajuste a servidores públicos, mas cortando algumas emendas, foi o primeiro ato do Executivo sob a nova dinâmica estabelecida pelo Palácio do Planalto. A atribuição da Casa Civil vale para 2022, ano de eleições presidenciais e que terá o maior orçamento da história, de R$ 1,7 trilhão.

A entrega da prerrogativa a uma secretaria da Casa Civil é vista nos bastidores como uma decisão equivalente à recriação do Ministério do Planejamento, uma demanda antiga do Centrão para o governo Bolsonaro. O movimento é usado por governistas para justificar um alinhamento entre os filtros técnicos da equipe econômica e as decisões da ala política do Planalto.