BR Properties tem prejuízo líquido de R$ 47,438 milhões no 4º trimestre
Boa parte do impacto negativo veio da queda de R$ 66,5 milhões no valor do seu portfólio imobiliário, conforme avaliação da consultoria CBRE. O efeito é contábil, sem mexer com o caixa.
Segundo a BR Properties, essa desvalorização vem na esteira da piora da economia brasileira, com inflação e juros em alta, gastos públicos crescentes, incertezas diante das eleições e continuidade da pandemia.
A empresa também pondera que a queda de R$ 66,5 milhões corresponde a apenas 1% do valor total do portfólio, avaliado em R$ 9 bilhões. O portfólio abrange 32 imóveis comerciais, entre prédios de escritórios, galpões logísticos e terrenos.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 53,791 milhões, baixa de 15% na mesma base de comparação. A margem Ebitda caiu 10 pontos porcentuais, para 66%.
A receita líquida totalizou R$ 81,869 milhões, recuo de 2%.
As despesas gerais e administrativas ajustadas também diminuíram 2%, para R$ 14,327 milhões.
O prejuízo também foi influenciado pelo resultado financeiro líquido, que gerou uma despesa de R$ 44,632 milhões, crescimento de 215% na comparação anual. Esse resultado é majoritariamente explicado pelo aumento dos juros no Brasil. Com isso, o custo médio da dívida da empresa foi de 3,8% para 11,7%.
A dívida líquida atingiu R$ 2,045 bilhões no quarto trimestre, alta de 6% ante o terceiro trimestre. O dinheiro em caixa caiu 15%, para R$ 949,4 milhões. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) subiu de 8,1 vezes para 9,0 vezes. A empresa tem R$ 401 milhões de amortizações em 2022.
Operacional
A BR Properties fechou contratos de locações referentes a 13,8 mil m² de área bruta locável (ABL) no quarto trimestre de 2021, totalizando 111 mil m² de novas locações no acumulado de todo o ano.
A companhia também antecipou os dados de janeiro, quando foram locados mais 9,1 mil m², concentrados no empreendimento Parque da Cidade, zona sul da capital paulista.
A BR Properties fechou o ano com taxas de vacância financeira e física de 27,2% e 25,7%, respectivamente. Considerando as locações de janeiro, as taxas de vacância financeira e física consolidadas são de 25,9% e 24,2%.
Houve, portanto, uma redução da vacância na ordem de 6 a 7 pontos porcentuais em um ano.
O valor do aluguel médio por m² das mesmas propriedades, considerando contratos correntes e novas locações, no quarto trimestre, apresentou um aumento nominal de 8,2% na comparação anual.
A inadimplência líquida baixou de 0,9% para 0,1%.
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