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Fipe/Bionexo: preço de medicamentos tem quarta alta seguida em março

Os preços dos medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil registraram a quarta alta consecutiva ao serem reajustados em 0,87% em março, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais - iStock
Os preços dos medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil registraram a quarta alta consecutiva ao serem reajustados em 0,87% em março, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais Imagem: iStock

Francisco Carlos de Assis

São Paulo

14/04/2022 13h46Atualizada em 14/04/2022 13h46

Os preços dos medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil registraram a quarta alta consecutiva ao serem reajustados em 0,87% em março, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador desenvolvido pela Fipe em parceria com a Bionexo - healthtech líder em soluções digitais para gestão em saúde.

O aumento de março vem numa sequência de altas iniciada em dezembro de 2021, quando os laboratórios foram autorizados a reajustarem em 0,19% seus preços de vendas aos hospitais. Em seguida vieram os aumentos de 0,27% em janeiro e mais 0,64% em fevereiro deste ano. No acumulado do primeiro trimestre de 2022, o IPM-H apresenta uma variação total de 1,74% e nos últimos 12 meses, avanço de 4,89%.

O desempenho em março foi superado pela inflação medida no período pelo IPCA, de 1,62% e pelo IGP-M, que mostrou uma variação média dos preços de 1,74%, mas acima da taxa média de câmbio, que mostrou variação negativa de 4,39.

Segundo o CEO da Bionexo, Rafael Barbosa, o comportamento segue uma tendência de estabilidade observada desde o fim do ano passado, porém o cenário pode mudar a partir de abril.

"O índice do período não diverge de forma significativa do patamar observado nos anos anteriores, salvo pelo registro em março de 2020, que mostrou alta de 2,1%. Espera-se que o reajuste autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) a partir de abril, de (10,89% máximo para os três níveis), sendo o segundo maior do histórico - em 2016, foi de 12,50%-, tenha impacto relevante no comportamento do IPM-H em abril e meses seguintes", afirma.

Comportamento mensal do IPM-H

A variação positiva em março foi impactada pelos grupos sistema nervoso, 6,91%; aparelho respiratório, 3,99%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 1,78%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 1,59% e preparados hormonais, 0,89%.

Em contrapartida, houve quedas em aparelho cardiovascular, 4,46%; sistema musculoesquelético, 2,19%; órgãos sensitivos, 1,25%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 1,19%; aparelho geniturinário, 1,06%; aparelho digestivo e metabolismo, 0,63% e agentes antineoplásicos, 0,06%.

Considerando um horizonte mais amplo, o IPM-H já acumula uma alta de 4,89% nos últimos 12 meses, encerrados em março de 2022. Nesse cenário, contribuíram para o resultado as variações positivas nos grupos sangue e órgãos hematopoiéticos, 24,77%; preparados hormonais, 24,50%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 17,98%; órgãos sensitivos, 10,70%; aparelho respiratório, 9,50%; aparelho geniturinário, 9,29%; sistema nervoso, 7,11% e agentes antineoplásicos, 0,55%.

Por outro lado, tiveram quedas os grupos relacionados ao aparelho cardiovascular, 11,47%; sistema musculoesquelético, 9,27%; aparelho digestivo e metabolismo, 7,96%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 7,22%.