Rússia diz que mais países europeus podem sofrer corte de gás
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quarta-feira (27) que a Rússia poderá cortar o fornecimento de gás natural para outros clientes europeus, além de Polônia e Bulgária, caso eles também se recusem a pagar pelo produto em rublos.
Peskov argumentou que a decisão de Moscou de exigir pagamento em rublos é consequência de iniciativas do Ocidente de congelar ativos cambiais da Rússia. Segundo o porta-voz, os ativos foram efetivamente "roubados" por países ocidentais, numa "inédita ação não amigável".
O porta-voz disse que a recusa de alguns países de mudar os contratos de gás para rublos reflete um desejo do Ocidente de "punir a Rússia a qualquer custo, em detrimento de seus próprios consumidores, contribuintes e produtores".
Peskov também rejeitou a descrição da União Europeia de que o corte de gás a Polônia e Bulgária foi uma "chantagem". "A Rússia continua sendo um fornecedor confiável de recursos de energia" e cumpriu suas obrigações contratuais, afirmou o porta-voz. Fonte: Associated Press.
Um pouco antes, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, havia acusado a Rússia de usar o gás como "instrumento de chantagem", após a estatal russa Gazprom anunciar a paralisação do fornecimento a Polônia e Bulgária.
Em comunicado, a líder do órgão executivo da União Europeia (UE) chamou a decisão de "inaceitável e injustificável". "E mostra mais uma vez a falta de confiabilidade da Rússia como fornecedora de gás", afirmou.
Von der Leyen garantiu que o bloco está preparado para o cenário de interrupção da oferta e busca alternativas para mitigar os efeitos da medida russa. Segundo ela, a UE está em contato com parceiros internacionais e coordena uma resposta comum europeia. "Continuarei trabalhando com líderes europeus e mundiais para garantir a segurança do abastecimento de energia na Europa", disse a presidente da Comissão Europeia.
Polônia e Bulgária também acusaram Moscou de usar gás natural para chantageá-los depois que a Gazprom confirmou que cortaria o fornecimento aos dois países. (Com agências internacionais).
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