Fiesp aposta em professores para recuperar produtividade
O programa é a ponta de lança da estratégia desenhada pelo novo presidente da Fiesp, Josué Gomes, para acelerar o processo de reindustrialização do País via aumento da produtividade.
O diagnóstico é de que, sem preparar melhor as novas gerações, continuarão faltando trabalhadores qualificados para atender à demanda da chamada "indústria 4.0", como é conhecida a nova etapa de modernização industrial com uso de tecnologias avançadas. O baque do rompimento das cadeias globais de suprimento de insumos sofrido com a pandemia e a guerra da Ucrânia tornou essa mudança ainda mais urgente.
"Do ponto de vista econômico, esses programas novos de educação impactam, além do crescimento, a produtividade, que é um grave problema do Brasil", diz Wilson Risolia, coordenador do programa e diretor do Serviço Social da Indústria (Sesi) de São Paulo. Segundo ele, o pano de fundo dessa política é que "não há indústria forte sem educação forte".
De volta aos anos 1950
Pesquisas mostram que os efeitos negativos da pandemia na educação podem levar até dez anos para serem corrigidos. No Brasil, quase 30% dos jovens com 15 anos têm defasagem na formação educacional. Esses adolescentes acabam depois reforçando o contingente da geração "nem-nem", como ficaram conhecidos os jovens que não trabalham nem estudam.
"Criamos soluções educacionais que são usadas na rede Sesi e que vamos dispor na rede pública", explica Wilson Risolia, diretor da entidade. São atividades de reforço escolar para o ensino fundamental 1 e 2.
O programa foi desenhado para garantir um treinamento aos professores com uma atuação personalizada junto aos estudantes, dividido em duas frentes: alunos do 1.º ao 5.º ano, para consolidação da alfabetização; e alunos do 6.º ao 9.º ano, com foco na elevação dos índices de proficiência em língua portuguesa e matemática.
Adesão
Entre os municípios que aderiram ao programa, há tanto cidades de maior porte, como Araçatuba e Taubaté, quanto menores, como Dourado (tem cinco escolas) e Torre de Pedra (com apenas uma unidade escolar).
Segundo o economista-chefe da Fiesp, Igor Rocha, a participação da indústria de transformação no PIB voltou para o patamar dos anos 50. Em 2021, ficou em 11,3%. Em 1953, estava em 11,4%. O pico de 21,8% foi alcançado em meados dos anos 80.
Serão 80 horas de formação com acompanhamento de resultados, no atendimento presencial, direcionado às escolas de cidades com até 100 mil habitantes - que representam 90% do total de municípios do Estado. Os outros 10% maiores participarão do programa na modalidade remota, com carga horária de 40 horas. O programa emergencial está dentro de um guarda-chuva que inclui a formação de docentes e gestores via pós-graduação na Faculdade do Sesi.
Também com a finalidade de melhorar a competitividade industrial, a Fiesp irá oferecer um trabalho para a transformação digital gratuita para 40 mil indústrias com faturamento anual de até R$ 8 milhões, por um período de quatro anos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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