Sete em cada 10 pequenas indústrias de SP já sentem efeito do aperto monetário
O levantamento apontou que 73% dos empresários ouvidos afirmaram que a taxa básica de juros em patamar elevado está prejudicando os negócios, enquanto apenas 27% informaram que não estão sentindo os efeitos da subida da Selic, atualmente em 12,75% ao ano. Para 45% dos entrevistados, o juro elevado está prejudicando muito os negócios, enquanto 28% dizem que o aperto monetário tem prejudicado um pouco.
A coleta de dados do Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo ocorreu de 17 a 29 de abril 2022, quando a Selic vigente estava em 11,75% ao ano.
A pesquisa mapeou ainda os impactos causados pela elevação da Selic, sendo os efeitos negativos mais citados: o aumento no custo para financiar novos investimentos na empresa (citado por 52% dos dirigentes); custo mais alto para consumidores em geral financiarem bens de consumo (50%); custo mais alto para clientes conseguirem capital de giro (49%); custo mais alto para consumidores em geral financiarem imóveis (49%); custo mais alto para utilizar cheque especial ou cartão de crédito (48%); custo mais alto para tomar empréstimos (47%); e diminuição da atividade econômica em geral (45%).
Apesar dos efeitos já notados pelo setor produtivo sobre a demanda, os pequenos industriais ainda não veem os reflexos positivos da alta dos juros sobre a inflação. A pesquisa mostra que 68% das micro e pequenas indústrias paulistas relatam que a inflação ainda não cedeu com o aperto monetário e nem dá para prever quando começará a baixar. Outros 19% dos entrevistados afirmam que a inflação no Brasil já começou a baixar, e uma fatia de 12% avaliam que a inflação ainda não começou a baixar, mas que isso ocorrerá nos próximos meses.
"A justificativa para o aumento da taxa de juros que seria esfriar a atividade econômica para conter a alta da inflação na verdade ainda não surtiu o efeito esperado, o que tem sacrificado muito os negócios para a maioria das micro e pequenas indústrias, conforme mostra a pesquisa, com redução do capital de giro, suspensão ou adiamento de investimentos e dificuldade para obtenção de crédito", avaliou o presidente do Simpi, Joseph Couri, em nota oficial.
O Simpi calcula que 42% das micro e pequenas indústrias do Brasil estejam localizadas no Estado de São Paulo.
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