Jorgina de Freitas, que fraudou o INSS nos anos 1990, morre no Rio
Ela teve uma parada cardiorrespiratória e morreu após mais de sete meses hospitalizada, depois de capotar com o carro em 13 de dezembro. No acidente, Jorgina sofreu traumatismo craniano e ficou em estado grave no período.
Ela fraudou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na função de procuradora previdenciária entre os anos de 1988 e 1990. Ela integrava quadrilha que forjava processos de indenização milionários, superfaturando-os ou usando o nome de pessoas falecidas.
O esquema foi denunciado em 1991 e descoberto em investigação interna do INSS. O grupo, com 20 fraudadores, atuava na Baixada Fluminense e era formado por advogados, contadores e juízes. Parte do grupo foi preso em julho de 1992, mas Jorgina conseguiu fugir antes da condenação a 14 anos de prisão. Ela passou por pelo menos três países até fixar residência em 1994 na Costa Rica, onde permaneceu por três anos. Identificada em 1997, foi extraditada no ano seguinte para o Brasil pela Justiça costarriquenha, após negociar um acordo para o cumprimento de 12 anos de prisão.
Jorgina cumpriu pena em vários presídios do Rio de Janeiro. Após três anos de prisão, no entanto, teve cassado o registro de advogada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o que a fez perder o direito à prisão especial. Então, foi transferida para uma cela compartilhada comum, no complexo prisional Frei Caneca, na região central do Rio.
Em várias ocasiões, Jorgina foi condenada a devolver valores subtraídos do INSS. A última devolução, de R$ 200 milhões, aconteceu em 2010. A decisão também bloqueou todos os bens da ex-advogada, que foram a leilão em seguida. No mesmo ano, Jorgina foi solta. Ela ficou 12 anos presa, dos quais os últimos três anos aconteceram em regime semiaberto com obrigação de dormir no presídio.
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