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Lula deve parar processo de privatização da Petrobras, diz sindicato

Manifestação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, em 2020 - Alex Ferro/Divulgação
Manifestação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, em 2020 Imagem: Alex Ferro/Divulgação

Denise Luna

31/10/2022 15h06

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), como esperado, comemorou a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas teme que até 31 de dezembro o atual governo tome decisões visando a privatização da Petrobras. A expectativa da entidade com o novo governo é que a estatal se torne um vetor de desenvolvimento.

"Até a posse do presidente eleito, em 1º de janeiro de 2023, a categoria petroleira seguirá vigilante em defesa da preservação da Petrobras e demais empresas estatais", afirmou a FUP em nota nesta segunda-feira, 31.

Segundo a entidade, desde o início da gestão Bolsonaro, em janeiro de 2019, foram privatizados 63 ativos da Petrobras, "sem transparência, e a toque de caixa", acusam, temendo que até o final do ano mais vendas sejam realizadas.

"A vitória de Lula mostra que venceram a preservação da democracia e o desejo de desenvolvimento e crescimento econômico do País com inclusão, justiça social, distribuição de renda e integridade do patrimônio nacional", afirmou a FUP.

De acordo com a federação, o processo de privatização está avançando depois que Fernando Antônio Ribeiro Soares foi nomeado para a assessoria do presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, em Brasília. O executivo teria sido cedido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, com a missão de preparar a privatização da empresa.

Durante a campanha eleitoral, a FUP contribuiu com sugestões para o programa de governo de Lula, com propostas para o fortalecimento da Petrobras como indutora do desenvolvimento regional e nacional, e uma nova política de preço de combustíveis que leve em conta a condição do Brasil de autossuficiente em petróleo, ou seja, tendo grande parte de seus custos em real.

"A atual política de preço de paridade de importação (PPI), que se baseia nas cotações internacionais do petróleo, na variação do dólar e nos custos de importação, só interessa aos grandes acionistas, majoritariamente estrangeiros, que vêm recebendo dividendos recordes enquanto mais de 30 milhões de brasileiros vivem em situação de insegurança alimentar", afirmou na nota o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar.

Ele lembra que, com o PPI, os preços dos combustíveis no governo Bolsonaro (de 1º de janeiro de 2019 até o momento) atingiram reajustes recordes, nas refinarias. A gasolina subiu 118,3%, o diesel, 165,9%, e o gás de cozinha 96,7%.