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BC: Entre riscos de alta, Copom cita 'elevada' incerteza sobre futuro de arcabouço fiscal

Brasília, 07

07/12/2022 19h14

Ao manter a Selic em 13,75% ao ano pela terceira reunião consecutiva e repetir que pode retomar o ciclo de alta da taxa básica de juros se a inflação não cair como esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ampliou o alerta sobre o risco fiscal do País. Em meio às negociações para que o Congresso libere um gasto extra de R$ 168 bilhões para o novo governo em 2023 na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição, o BC passou a citar como "elevada" a incerteza sobre o futuro das contas públicas brasileiras.

"A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal, requer serenidade na avaliação dos riscos. O Comitê acompanhará com especial atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal e, em particular, seus efeitos nos preços de ativos e expectativas de inflação, com potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva", destacou o Copom, no comunicado da decisão.

Embora o mercado dobre as apostas em antecipar novas altas da Selic já em meados de 2023 para contrabalançar os efeitos dessa injeção de recursos na economia prometida pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o comunicado do Copom não alterou em nada a sua sinalização de próximos passos da política monetária.

"O Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado", repetiu o Copom.

O BC continua enxergando riscos em ambas as direções para a inflação. Entre os riscos de alta estão uma maior persistência das pressões inflacionárias globais, a - agora elevada - incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do País e um hiato do produto mais estreito em particular no mercado de trabalho. Entre os riscos de baixa na inflação estão uma queda adicional dos preços das commodities internacionais, uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e a manutenção dos cortes de impostos de combustíveis projetados para serem revertidos em 2023.