Na pandemia, endividamento explodiu, com impacto em empregos e negócios, diz CNC
A média anual de 2022 ficou 7,0 pontos porcentuais (p.p.) acima da média de 2021. Na comparação com a média de 2019, antes da covid-19 se abater sobre a economia, a alta de 2022 é de 14,3 p.p. Em 2018, a Peic havia registrado o menor endividamento pela média anual, com 60,3% das famílias relatando possuírem dívidas.
Os dados anuais apontam ainda que 17,6% dos entrevistados na Peic se consideraram "muito endividados", também o maior nível da série histórica. Segundo a CNC, isso significa que, a cada dez famílias brasileiras, em torno de duas comprometem mais da metade de sua renda como pagamento de dívidas.
Segundo Mercês, a explosão do endividamento provocado pela pandemia se deveu aos impactos negativos das restrições ao contato social sobre os negócios e o mercado de trabalho. Na sequência do auge das restrições ao contato social, houve um aumento "abrupto" da inflação, que se espalhou por todos os países, seguido, como reação, de uma "rápida" elevação na taxa básica de juros, a Selic. O Banco Central (BC) elevou os juros básicos de cerca de 2,0% ao ano para os atuais 13,75%.
"O cenário atual reflete um quadro de famílias muito endividadas, que agora tem que carregar dívidas muito caras", afirmou Mercês, em entrevista coletiva para apresentar os dados da Peic.
Como resultado da combinação de excesso de endividamento com encarecimento dessas dívidas, os orçamentos domésticos estão apertados. Esse aperto se tenderá, no cenário atual, a resultar em moderação no consumo das famílias, mitigando, inclusive, os efeitos positivos da elevação dos pagamentos via transferência de renda.
Diante do quadro, é natural que a questão do endividamento excessivo estivesse na ordem do dia desde as eleições presidenciais do ano passado, disse Mercês. Segundo o economista, programas de refinanciamento de dívidas, como o que está sendo debatido pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, são fundamentais, mas não resolvem o problema estrutural.
"Em termos estruturais, o que vai resolver é uma taxa de juro mais baixa, para baixar o custo de crédito de forma geral", afirmou Mercês.
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