CNI: altas taxas de juros lideram ranking de problemas da indústria da construção
O levantamento mostra que o problema das elevadas taxas de juros foi apontado por 30,6% do total das empresas como um dos principais entraves do setor. A questão já tinha chegado à primeira posição do ranking no terceiro trimestre do ano passado e, nos últimos três meses de 2022, recebeu 0,6 ponto porcentual a mais de sinalizações.
Em segundo lugar na lista das principais preocupações da indústria da construção, com 28,5%, está a elevada carga tributária, seguida da falta ou alto custo do trabalhador qualificado, marcado por 23,5% das empresas. Com praticamente o mesmo porcentual, atrás do terceiro lugar, está a falta ou alto custo de matéria-prima, que recebeu 23,4%.
"É importante destacar que a falta ou o alto custo de insumos, problema muito importante para o setor em um passado recente, continua perdendo importância neste ranking e agora já chega na quarta posição. Ele liderou o ranking de principais problemas por oito trimestres, do terceiro trimestre de 2020 ao segundo trimestre de 2022, devido aos efeitos da pandemia, e agora está em declínio", diz o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Na lista dos principais problemas enfrentados pelo setor ainda aparece, em quinto lugar, a burocracia excessiva, com 18,6% das opções.
A Sondagem Indústria da Construção mostra que as expectativas dos empresários caíram. Em janeiro, o Índice de Confiança do Empresário (ICEI) da construção caiu 1,1 ponto na comparação a dezembro de 2022, marcando 49,6 pontos, ficando abaixo da linha de 50 pontos, o que indica falta de confiança dos empresários do setor. Essa é a quarta queda consecutiva do indicador, que acumula recuo total de 13,1 pontos em quatro meses.
A situação financeira das empresas no quarto trimestre de 2022, por outro lado, destaca a CNI, é a melhor já registrada desde o quarto trimestre de 2013. A Sondagem aponta um avanço no índice de satisfação de 1,6 ponto, para 49,5 pontos. "O número se situa muito próximo da linha divisória de 50 pontos, aproximando a média do índice para um nível satisfatório", diz a CNI.
O índice de evolução do nível de atividade da indústria da construção caiu para 46,6 pontos em dezembro, da mesma forma que o índice de evolução do nível de número de empregados que recuou para 46,9 pontos. Os dois indicadores tiveram queda pelo segundo mês consecutivo. "A queda nos dois índices, no entanto, é considerada natural e esperada para os meses de novembro e dezembro, além de serem avaliadas como mais brandas que o usual para o período", destaca a entidade.
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