FMI recomenda que BoJ eleve flexibilidade do controle de juros e retire estímulos
No documento, o FMI afirma que há incerteza "excepcionalmente alta" em relação às projeções de inflação, que é impulsionada pela depreciação do iene, apoio fiscal e aumentos salariais maiores que o esperado. Em dezembro, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu à taxa anual de 4%, maior nível em mais de quatro décadas.
Nesse cenário, o BoJ mudou as configurações do controle da curva de juros e ampliou a banda de variação do rendimento do JGB (título emitido pelo governo) de 10 anos do intervalo de -0,25% a +0,25% para o de -0,50% a +0,50%. "Dados os riscos de dois lados para a inflação, mais flexibilidade nos rendimentos de longo prazo rendimentos ajudaria a evitar mudanças abruptas mais tarde", diz o FMI.
O Fundo avalia que o BC japonês pode voltar a aumentar banda de variação do JGB de 10 anos ou elevar, encurtar a meta da curva de juros ou desistir de uma meta paro o retorno e adotar uma baseada nas compras de papéis.
"No cenário em que se materializem riscos significativos de inflação ascendente, a retirada dos estímulos monetários terá que ser muito mais forte - os juros de curto prazo podem ter que subir muito mais cedo e acima da taxa neutra para ancorar a inflação de volta à meta de 2%", destaca.
Iene
As intervenções do governo japonês no câmbio podem equilibrar a cotação do iene com os fundamentos macroeconômicos, mas devem ser limitados a momentos de desordem nos mercados, avalia o FMI no relatório.
No documento, o FMI ressalta que a desvalorização da divisa japonesa em 2022 refletiu principalmente a divergência entre a política monetária ainda acomodatícia do BoJ e o aumento de juros na maior parte das maiores economias do planeta. Ainda assim, "a análise empírica sugere que a taxa de câmbio havia depreciado mais do que o implícito pelos drivers subjacentes após junho".
A instituição prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da nação insular asiática crescerá 1,8% em 2023 e 0,9% em 2024.
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