Abimaq: Vendas de máquinas agrícolas caíram 30% em janeiro ante mesmo mês de 2022
"Nos últimos seis anos vínhamos crescendo todos os anos, mas este ano vimos as vendas caírem", disse Estevão, emendando que dois fatores contribuíram para a queda das vendas de máquinas agrícolas em janeiro. O primeiro é a elevada taxa de juros no mercado, que está rodando, em média, a 16,5% ao ano.
Segundo Estevão, o agricultor costuma tomar crédito pré-fixado para períodos de cinco a seis anos e não está querendo passar muito tempo pagando taxas altas de juros. O segundo problema, de acordo com ele, é que o Plano Safra, que confere aos produtores taxas de juros menores, se tornou pequeno diante das necessidades. "O Plano Safra foi lançado em julho do ano passado e em outubro já não tinha mais dinheiro", disse Estevão.
Mais agravante ainda, de acordo com o executivo, é que o novo Plano Safra só ocorrerá em julho de 2023. Ou seja, haverá uma janela de seis meses sem investimentos em máquinas agrícolas. "Se não for feito nada, vamos perder todo o primeiro semestre", disse o presidente da Câmara de Máquinas Agrícolas da Abimaq.
O agricultor, segundo Estevão, até está capitalizado, com dinheiro no bolso, mas não está disposto a usar capital próprio para fazer investimentos em máquinas agrícolas. "Tem um vácuo de política pública de novembro a julho. Por falta de políticas públicas para preencher este vácuo, o produtor está esperando o Plano Safra em julho".
Ainda, segundo Estevão, não falta dinheiro para o agricultor. O BNDES, por exemplo, tem muito dinheiro em caixa para emprestar, mas a taxa elevada de juro leva o produtor a esperar para investir.
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