Inadimplência cresce em fevereiro e atinge 65,45 milhões, dizem CNDL e SPC Brasil
Na comparação com fevereiro de 2022, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 7,49%, enquanto o número de dívidas em atraso avançou 17,41%. Na passagem de janeiro para fevereiro deste ano, o número de dívidas apresentou alta de 1,32%.
"Em um cenário econômico difícil, com taxa de juros e inflação altas, o orçamento das famílias acaba ficando mais apertado e a inadimplência infelizmente é o resultado para muitos consumidores", alerta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
O número de devedores com participação mais expressiva em fevereiro está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,88%), segundo o estudo. São 16,24 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, o equivalente a 47,57% do total deste grupo etário. No recorte de gênero, a inadimplência é de 50,97% entre as mulheres e de 49,03% entre os homens.
"Nosso indicador aponta que 88% das pessoas negativadas no mês de fevereiro são reincidentes, por isso as políticas públicas visando a diminuição do número de inadimplentes devem ser amplas para terem efetividade", avalia o especialista em finanças da CNDL Merula Borges. "Caso envolvam apenas o problema da negativação em si, a tendência é que o consumidor retorne à situação de inadimplência", complementa.
Em média, a dívida por consumidor negativado em fevereiro era de R$ 3.895,09 e a inadimplência era para 2,04 empresas credoras. Os dados do estudo ainda mostram que três em cada dez consumidores (32,49%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, porcentual que chega a 46,98% para as dívidas de até R$ 1.000.
Na leitura do mês, a CNDL destaca a evolução das dívidas com o setor bancário, que registrou crescimento de 28,98%, e as relacionadas à água e luz (13,27%). Por outro lado, apresentaram queda no total de dívidas em atraso os débitos com o setor de comunicação (-10,41%) e comércio (-4,62%).
Em relação ao total de dívidas, o setor credor que concentra a maior parte dos débitos é o de bancos (63,55%), seguido pelo comércio (11,60%), água e luz (10,79%) e comunicação (7,46%).
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