Bolsa tem alta; dólar sobe com Rússia elevando a aversão a risco
A Bolsa de Valores de São Paulo e o dólar têm alta nesta terça-feira (19), véspera de feriado. A moeda americana se valoriza porque os investidores buscam aplicações mais seguras, em meio a um cenário de aversão a risco com a escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia. Mesmo assim, a expectativa pelo pacote de corte de gastos ainda anima alguns investidores.
O Ibovespa tenta avançar, impulsionado pela alta de 3,05% do minério de ferro em Dalian, na China. Lá, nesta terça-feira à noite o banco central divulgará sua taxa de juros de longo prazo. Assim, as ações da Vale (VALE3) sobem moderadamente, mas os demais papéis do segmento metálico operam em baixa.
Também segue no radar o último dia da cúpula de líderes do G20, no Rio de Janeiro.
O que está acontecendo
Por volta de meio-dia, a Bolsa de Valores de São Paulo tinha alta de 0,37%. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, desvaloriza para 128.234 pontos.
O dólar comercial era negociado em elevação de 0,51%, vendido a R$ 5,777. O turismo era vendido com valorização de 0,51%, para R$ 5,999.
A fuga do risco afetava particularmente moedas emergentes, mais voláteis nesses cenários, com a moeda dos EUA avançando sobre o real, peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno. "O real está em desvantagem em relação às moedas `porto seguro´ até o momento. A aversão ao risco varre os mercados em meio a temores de uma possível escalada na guerra entre a Rússia e a Ucrânia. No entanto, até o momento, o movimento tem sido relativamente contido", disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.
No cenário doméstico, investidores continuam no aguardo do anúncio de medidas de contenção de gastos pelo governo. Espera-se que o pacote de corte de gastos seja divulgado na quinta-feira (21).
Essa expectativa acaba impondo um teto de alta para o dólar. "Pelo menos na aparência, os investidores parecem não querer apostar contra o real neste momento, não ultrapassando a barreira dos R$ 5,80, por conta da iminência dessa divulgação", diz Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX.
Quando o pacote for divulgado, isso pode provocar uma queda expressiva na taxa de câmbio. "Por isso, os investidores parecem não querer apostar em uma alta e acabar perdendo dinheiro", explica Mattos.
Existem três cenários possíveis. Se os cortes somarem algo acima de R$ 60 bilhões, é provável uma valorização do real. Entre R$ 30 e R$ 50 bilhões: nada muda. Caso venha abaixo de R$ 30 bilhões, a tendência é de alta da moeda americana. As projeções são de Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas.
Na Bolsa, o que ajuda o Ibovespa são as ações da Vale. No momento, elas estão cotadas a R$ 57,66, em alta de 0,19%.
Com Reuters
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