IPCA
0,83 Mai.2024
Topo

Grupo Petrópolis, dono da Itaipava e Crystal, pede recuperação judicial

Grupo Petrópolis, dono das marcas Itaipava, Crystal e Petra, entre outras, entrou ontem com pedido de recuperação judicial - Grupo Petrópolis/Divulgação
Grupo Petrópolis, dono das marcas Itaipava, Crystal e Petra, entre outras, entrou ontem com pedido de recuperação judicial Imagem: Grupo Petrópolis/Divulgação

Luiz Vassallo e Luciana Dyniewicz

São Paulo

28/03/2023 12h46Atualizada em 28/03/2023 16h34

O grupo Petrópolis, dono das marcas Itaipava, Crystal e Petra, entre outras, entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro na segunda (27).

O que aconteceu:

  • O grupo Petrópolis enfrenta uma crise de liquidez há 18 meses decorrente da redução de receita, segundo a petição em que pediu recuperação.
  • As dívidas da companhia somam R$ 4,2 bilhões, segundo sua defesa. Desse total, 48% são financeiras e 52% com fornecedores e terceiros.
  • Hoje, a Justiça concedeu ao grupo uma tutela cautelar de urgência que determinou a liberação dos recursos da companhia pelo Banco Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa. A empresa afirmava que a tutela era urgente para evitar o "iminente estrangulamento do fluxo de caixa".

No ano passado, a empresa vendeu 24,1 milhões de hectolitros de bebidas, o que representa uma queda de 23% na comparação com 2020. Essa redução significou um recuo de 17% na receita bruta do período.

Ao mesmo tempo, os custos do setor subiram e, ainda segundo a defesa da Petrópolis, não foram repassados ao consumidor.

Também agravou a situação do grupo o aumento da taxa básica de juros, a Selic, que pressionou o nível de endividamento. Essa elevação no juro tem gerado um impacto de R$ 395 milhões por ano no fluxo de caixa da companhia.

Na petição, a Petrópolis, representada pelos escritórios Salomão Sociedade de Advogados e Galdino & Coelho, afirmam que, até o fim de março, haverá uma necessidade de capital de giro acumulada R$ 360 milhões superior ao projetado para o período e que, até 10 de abril, será R$ 580 milhões superior.

A combinação desses fatores, exógenos e alheios ao controle das requerentes, gerou uma crise de liquidez sem precedentes no Grupo Petrópolis, que comprometeu seu fluxo de caixa a ponto de obrigá-lo a buscar a proteção legal com o ajuizamento deste pedido de recuperação judicial.
Trecho da petição do grupo Petrópolis

Procurado, o grupo Petrópolis não se manifestou até a publicação dessa matéria.