EUA: continuaremos a responder com aliados a práticas econômicas injustas da China, diz Yellen
Yellen diz que as duas potências "precisam ser capazes de discutir com franqueza questões difíceis" e "devem trabalhar juntas, quando possível, para o benefício de nossos países e do mundo".
A secretária do Tesouro diz que a "abordagem econômica" dos EUA com relação à China "tem três objetivos principais. O primeiro é garantir os interesses de segurança nacional dos EUA e de seus aliados e parceiros, e proteger os direitos humanos. Ela diz que os americanos não pretendem usar esses instrumentos para garantir sua segurança e seus valores como instrumentos para ganhar vantagem econômica competitiva.
O segundo objetivo é buscar uma "relação econômica saudável", que "fomente o crescimento e a inovação nos dois países". Segundo ela, isso só é possível se a concorrência for "justa". "Nós continuaremos a nos unir a nossos aliados para responder a práticas econômicas injustas da China", ressalta.
Já o terceiro objetivo é cooperar com a China em questões globais urgentes. Ela menciona contatos entre os presidentes com foco em macroeconomia e cooperação em questões como mudanças climáticas e problemas de dívida em algumas nações. "Porém mais precisa ser feito" nesta frente, argumenta.
Yellen ainda destaca que os EUA têm deixado claro que pretendem "salvaguardar certas tecnologias" dos militares e do aparato de segurança da China. Segundo ela, a intenção aqui tampouco é garantir vantagens econômicas ou atrapalhar a modernização econômica e tecnológica da China. Mas ela também nota que "essas políticas podem ter impactos econômicos".
Segundo ela, é possível que as companhias de EUA e China concorram, as economias cresçam e os padrões de vida também, em ambiente de mais inovações. "Um princípio básico da economia é que competição sustentada e repetida pode levar a melhora mútua", ressalta. Mas essa "competição saudável é sustentável apenas se for justa para os dois lados", adverte.
Yellen diz que a China tem usado há tempos apoio do governo para ajudar suas empresas a ganhar fatia de mercado, "às custas de concorrentes estrangeiros". Nos últimos anos, sua política industrial tem se mostrado mais "ambiciosa e complexa", avalia, com mais apoio a empresas estatais e domésticas "para dominar competidores estrangeiros". Isso se soma a "esforços agressivos" para adquirir novas tecnologias, incluindo "meios ilícitos", diz.
De qualquer modo, Yellen ressalta a importância do diálogo econômico e da cooperação em grandes questões globais, "sejam quais fores nossas outras discordâncias".
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