Campos Neto fala em Londres que BC trabalha em projeto para gerar avanço na indústria de fundos
"A gente tem mais ou menos R$ 70 bilhões feitos em depósitos voluntários", disse o presidente do BC, acrescentando que uma das perguntas que mais fazem a ele neste assunto é sobre o efeito deste instrumento sobre a dívida.
"O efeito na dívida é que você diminui a dívida bruta porque hoje temos um problema na contabilidade do Banco Central. É como se você tivesse um ativo e um passivo que você conta diferente dependendo do método. Então, como temos uma dívida que foi emitida para comprar reservas e uma coisa é contabilizada de um jeito e outra, contabilizada de outro jeito, temos uma distorção entre o que é minha dívida liquida e o que é minha dívida bruta", explicou Campos Neto.
De acordo com ele, essa distorção é mais ou menos o montante das reservas. "Quando fazemos depósito voluntário, puxamos de um livro para outro e se faz um matchentre ativo e passivo, o que faz com que a dívida bruta diminua", disse o banqueiro central.
Ele argumentou que não se avançou nos depósitos voluntários porque o BC quer também fazer depósito voluntário com os fundos. Esse plano se justifica no fato de grande parte das compromissadas estar na indústria de fundos e não na indústria bancária. "Estamos fazendo um projeto para isso", disse Campos Neto.
Isso, de acordo com Campos Neto, não vai melhorar a dívida do Brasil em si. Só melhora o número da Dívida Bruta que hoje tem uma distorção por uma questão contábil, segundo o banqueiro central.
Campos Neto participou nesta sexta-feira do evento Lide Brasil Conference London, evento que o Grupo de Líderes Empresariais (Lide) realiza desde quinta-feira, 20, em Londres.
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