Confiança do consumidor cai 0,2 ponto em abril ante março, para 86,8 pontos, diz FGV
"A confiança dos consumidores acomodou em abril em patamar considerado baixo em termos históricos. Assim como no mês anterior, a heterogeneidade dos resultados torna difícil uma sinalização mais clara sobre as perspectivas futuras. Há um aumento do pessimismo das famílias com renda familiar mais baixa e redução para as famílias de maior poder aquisitivo. Esse cenário pode estar relacionado ainda a um alto endividamento das famílias, principalmente de menor renda, junto com um aumento das perspectivas de inflação para os próximos meses e dificuldade de acesso ao crédito. Ainda que o novo arcabouço fiscal tenha sido apresentado, isso está gerando incerteza, o que afeta as decisões no curto prazo", avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em abril, o Índice de Situação Atual (ISA) avançou 0,1 ponto, para 72,1 pontos. O Índice de Expectativas (IE) caiu 0,4 ponto, para 97,6 pontos.
O componente que mede intenção de compras de bens duráveis foi o que mais influenciou a queda do índice de confiança em abril, com redução de 4,3 pontos, para 80,5 pontos, "perdendo 55% dos ganhos obtidos no mês anterior, principalmente nas faixas de renda mais baixas", apontou a FGV. O item que mede as perspectivas sobre a situação futura da economia recuou 0,4 ponto, para 112,4 pontos. Por outro lado, as perspectivas sobre a situação financeira futura da família teve alta de 3,5 pontos, para 100,1 pontos.
Nas avaliações sobre o momento atual, a percepção dos consumidores sobre a situação financeira das famílias caiu 0,5 ponto, para 63,6 pontos. Já a avaliação sobre a situação econômica atual avançou 0,7 ponto, para 81,1 pontos.
A análise por faixa de renda mostra resultados heterogêneos entre os níveis de renda. A queda da confiança em abril foi puxada pela piora entre os consumidores com renda familiar abaixo de R$ 2.100,00 mensais, recuo de 7,9 pontos, e no grupo que recebe de R$ 2.100,01 a R$ 4.800,00, redução de 1,1 ponto. O grupo com renda familiar entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00 registrou aumentou de 1,2 ponto na confiança. Entre as famílias com renda mensal acima de R$ 9.600,01, houve alta de 2,8 pontos.
"O avanço é resultado da melhora nas expectativas para os próximos meses, acompanhada de relativa estabilidade na percepção da situação atual", apontou a FGV.
A Sondagem do Consumidor coletou entrevistas entre os dias 1º e 19 de abril.
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