Inflação não é de oferta e precisa do trabalho que está sendo feito, diz Campos Neto
No debate, Campos Neto repetiu que a inflação é um imposto perverso e que prejudica mais as classes mais baixas. "Empresas e pessoas com mais recursos conseguem se proteger da inflação. Aumento da inflação reduz o prazo médio do crédito e atrapalha investimento."
Diante das críticas sobre o prejuízo à atividade econômica, o presidente do BC também voltou a dizer que o BC sempre atua na Selic de forma a "suavizar ao máximo o ciclo".
Nesse contexto, citou que o desemprego melhorou recentemente, embora ainda alto, e que o crédito desacelera de forma organizada.
Campos Neto também voltou a dizer que o alto nível de crédito direcionado no País reduz a potência de política monetária, levando a uma necessidade de um juro básico mais alto para controlar a inflação. "Juros são altos por recuperação de crédito baixa, endividamento alto e baixa poupança. Volume de crédito direcionado é alto, é como uma tubulação entupida."
Descolamento de metas
O presidente do Banco Central ainda rebateu novamente que o Brasil tenha descumprido a meta de inflação mais do que pares internacionais e disse que o descolamento de metas ocorreu quando se aceitou mais inflação em troca de crescimento.
Ele citou os exemplos recentes de Argentina e Turquia. "Argentina e Turquia trocaram inflação por crescimento e tiveram mais inflação e menos crescimento no fim das contas."
Campos Neto repetiu que o Brasil teve sete estouros de metas em 24 anos, um número similar a pares, como o Chile e o Peru. "Temos sistema de metas de inflação que funciona muito bem em todos os países. Passamos a maior parte do tempo dentro da banda do regime de metas."
Sobre o atual nível de metas, o presidente do BC citou que países desenvolvidos têm meta de 2% e, em muitos pares emergentes, o nível é igual ao do Brasil, de 3%. "Entre os países relevantes, apenas África do Sul e Índia têm metas acima de 3,00%."
Campos Neto ainda repetiu que é consenso que a autonomia de bancos centrais provoca menor inflação e volatilidade.
O presidente do BC participou do debate "Juros, Inflação e Crescimento", promovido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O debate também contou com a participação dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, além de presidentes de entidades e de economistas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.