Dirigente do Fed não espera corte de juros este ano, mas diz que trajetória dependerá dos dados
Em evento no Clube Econômico de Nova York, Williams explicou que, no comunicado mais recente, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) se afastou de um "forward guidance" explícito e deixou claro a dependência dos dados.
Segundo Williams, a instituição não disse que o ciclo de arrocho monetário acabou, embora esteja aberta promover um aperto adicional se o cenário assim exigir. "Não tomamos decisão sobre os próximos passos", esclareceu.
Meta de inflação
O dirigente do Fed afirmou ainda que "levará algum tempo" para reequilibrar oferta e demanda nos Estados Unidos e, dessa forma, retornar a inflação à meta de 2%. Ele projetou que o Produto Interno Bruto (PIB) americano terá crescimento "modesto" este ano, antes de acelerar ao longo do próximo.
Pelas estimativas dele, a inflação deve cair a cerca de 3,25% no final de 2023 e voltar ao objetivo de 2% nos próximos dois anos.
Persistência
O presidente da distrital do Fed em Nova York afirmou que a inflação nos Estados Unidos tem arrefecido entre os componentes de commodities e bens, mas demonstra persistência na área de serviços, excluindo-se habitação.
O dirigente acrescentou que as expectativas inflacionárias permanecem ancoradas, o que seria positivo, mas não suficiente para assegurar a estabilidade de preços. Segundo ele, a demanda por trabalhadores arrefeceu, embora ainda supere a oferta.
Williams disse ainda prever que o crescimento econômico mais lento esfriará o mercado de trabalho, com a taxa de desemprego subindo a cerca de 4,00% e 4,25%.
O dirigente também defendeu que o Congresso e o governo precisam garantir o aumento da teto da dívida. De acordo com ele, não há nada que o Fed possa fazer para proteger a economia americana de um eventual calote da dívida.
Crédito e recessão
Williams afirmou também ver sinais de aperto do crédito nos Estados Unidos, em meio a turbulências em bancos regionais. Disse ainda que o movimento deve desacelerar o crescimento da maior economia do planeta, mas sem força para empurrá-la a um quadro de recessão.
No entendimento dele, os eventos podem limitar a trajetória ascendente dos juros. "Estarei particularmente focado em avaliar a evolução das condições de crédito e seus efeitos sobre as perspectivas de crescimento, emprego e inflação", ressaltou.
Williams avaliou que a fase mais aguda das tensões bancárias, em março, já passou. Para ele, o sistema bancário é "resiliente", apesar de novos estresses recentes.
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