BNDES anuncia redução de spread para financiar exportações da indústria
Nessa linha, que visa diminuir custo de exportadores para que os produtos brasileiros ganhem mercados internacionais, o banco vai reduzir em 61% o seu spread, ou seja, a diferença entre a taxa cobrada das empresas e a taxa de captação.
"Estamos indo para o osso no spread", declarou o presidente do BNDES. "Estamos praticamente abrindo a mão do spread do banco pra ajudar a indústria a exportar", acrescentou.
Além disso, outra linha de R$ 2 bilhões, que pode chegar a R$ 4 bilhões, será oferecida à indústria exportadora nas mesmas condições da agricultura: 7,5% ao ano, com taxa fixa em dólar e dois anos de carência.
Adicionalmente, continuou Mercadante, foram aprovados ontem mais R$ 20 bilhões para financiamento de inovação nos próximos quatro anos a uma taxa 1,7% ao ano. "Quem quiser fazer inovação, pode ir ao BNDES que vai ter dinheiro", frisou o presidente do banco de fomento, acrescentando que, como o BNDES tem outros R$ 20 bilhões para financiar investimentos em tecnologia da informação, os recursos para inovação chegam a R$ 40 bilhões.
Citando o economista Celso Furtado, Mercadante afirmou que o Brasil não se tornará uma nação desenvolvida sem o crescimento da indústria, setor que, pontuou, gera valor agregado, tecnologia e emprego qualificado. Assim, disse o que País precisa voltar a ter um "plano industrializante" e que espera que as medidas anunciadas nesta quinta ajudem a indústria brasileira a iniciar uma nova etapa.
Ele observou que o banco também vai colocar R$ 3,6 bilhões dentro do novo Plano Safra, recursos que também ajudam a indústria, uma vez que são voltados à compra de equipamentos no campo. Informou ainda que será criado um fundo de crédito do Sebrae com R$ 100 milhões do BNDES.
Segundo Mercadante, o banco financia exportações "sem um real subsidiado", porém, classificando-se como um "desenvolvimentista", ele sustentou a uma plateia formada por empresários da indústria paulista que o subsídio é "indispensável" na saída da pandemia. Também cobrou em seu discurso uma reforma tributaria que desonere a indústria e defendeu que o banco precisa ter outros indexadores além da Taxa de Longo Prazo, base das taxas cobradas pelo BNDES, assim como um deflator da taxa de juros para projetos considerados estratégicos.
Mercadante defendeu ainda uma revisão da política de dividendos do banco, ao lembrar que hoje o BNDES entrega para a União 60% de seus dividendos. "Nosso lucro volta ao Tesouro ao invés de ir ao desenvolvimento do País", assinalou.
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