ITE/FACAMP cai em abril e reflete enfraquecimento do mercado interno
O resultado negativo na margem em abril indica uma piora do cenário macroeconômico a partir do segundo trimestre. As quedas recorrentes da produção industrial e o desempenho tímido do varejo e do setor de serviços no período refletem o enfraquecimento do mercado interno num contexto de estagnação do mercado de trabalho, elevado endividamento das famílias e juros altos.
Ao mesmo tempo, o resultado expressivo da agropecuária no primeiro trimestre tende a não se repetir nos próximos trimestres, diante da excepcionalidade da supersafra de grãos e da demanda externa aquém do esperado, por conta do cenário recessivo nos países desenvolvidos, e da recuperação lenta da economia chinesa.
- A média móvel trimestral avalia o resultado da variação do último trimestre móvel, ou seja, compara a média dos últimos três meses, incluindo o mês atual, com a média dos três meses anteriores ao mês corrente. Por considerar a média do último trimestre móvel, seu resultado acaba sendo mais suave e capaz de captar uma tendência menos volátil da série a analisada.
- O ITE/FACAMP é calculado a partir do consumo de energia tomando informações públicas disponibilizadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O ITE possui um coeficiente de correlação de Pearson (r) de 0,85 ante o IBC-br do Banco Central em abril de 2023. Em relação ao PIB, o coeficiente de correlação é de 0,79 no primeiro trimestre de 2023. Para mais detalhes sobre a metodologia do ITE/FACAMP, veja https://www.facamp.com.br/pesquisa/economia/nec-facamp/
"Neste contexto e, dada a desaceleração da inflação nos últimos meses, a queda da Selic se torna crucial para desafogar o mercado interno e conferir algum horizonte para empresários e famílias", afirma o Professor Saulo Abouchedid, da Facamp. Medidas de curto-prazo, como a desoneração recente do setor automobilístico, e os primeiros impactos do novo programa bolsa família também podem contrabalançar os indicadores negativos da atividade econômica nos próximos meses.
Assim, ainda que o carry-over para a economia brasileira em 2023 - taxa de crescimento anual caso o PIB nos próximos três trimestres permaneça estagnado - esteja em 2,5%, será muito difícil evitar uma queda da atividade econômica nos próximos trimestres. Considerando esta dificuldade, a previsão do NEC/FACAMP para o crescimento do PIB em 2023 é de 2%.
O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, publica o indicador entre os dias 10 e 15 de cada mês.
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